Em nota enviada à imprensa, a presidente da Associação Brasileira de Ozonioterapia, a médica Maria Emília Gadelha Serra, esclareceu os resultados de sua pesquisa apresentados para a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), na terça-feira, 22.
Primeiro, a médica explica que o estudo se baseou na análise do banco de dados de monitoramento de eventos adversos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e revisão da literatura médica científica realizada nas bases de dados internacionais, e na apresentação dos dados clínicos de investigação diagnóstica feita em três adolescentes do Acre.
Mais de 90 casos de meninas e meninos que tiveram reações adversas foram registrados no estado.
Segundo o estudo, desde o início da comercialização da vacina em 2006, mais de 95 mil notificações de eventos adversos foram comunicadas a OMS. Mais de 41 mil dos casos estavam ligados ao sistema nervoso.
Entre os sintomas neurológicos estão dor de cabeça, tontura, convulsões epilépticas típicas, abalos musculares tipo mioclonias, síndrome de Guillain-Barré e crises não epiléticas psicogênicas (CNEPs).
No texto, a médica destaca que desde 2013 a vacina do HPV é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é obrigatória para os beneficiários do programa Bolsa Família.
“Há necessidade de estudos mais amplos tanto em relação à segurança da vacina quanto sobre o risco de populações expostas a metais pesados (como chumbo, mercúrio e alumínio) que são sabidamente lesivos ao sistema nervoso. Tal combinação pode tornar mais favorável que determinados indivíduos se tornem grupo de risco e desenvolvam reações colaterais”, diz o texto.
Criança morre após vacina anti-HPV
Em seu esclarecimento, a médica revela ainda que há registro de uma morte no Acre. Mikaely Souza de Jesus, de 9 anos, faleceu 11 dias após a 1ª dose da vacina do HPV, com sangramento digestivo incontrolável.
A especialista e a médica Ludmila Militão, que também colaborou com a pesquisa, reforçaram a importância de investigação diagnóstica específica para os casos relacionados à vacina.
“É necessário um amplo debate sobre os reais benefícios da inclusão e obrigatoriedade desta vacina específica no calendário vacinal brasileiro, considerando que o câncer do colo do útero é uma doença prevenível com medidas relativamente simples (uso de preservativos nas relações sexuais e exame clínico regular por papanicolau).”
Maria Emília defendeu o princípio da precaução no caso específico da vacina do HPV “principalmente em função do grande número de eventos adversos graves e do questionamento sobre a real segurança e eficácia desta vacina”.
Porém, até o desenrolar da obrigatoriedade ou não da vacina, a médica sugere que medidas preventivas sejam tomadas antes da vacinação.
“É fundamental a identificação e detecção dos grupos de risco, o que ainda não é feito de rotina, além da utilização prévia de antialérgicos. Como medidas terapêuticas, sugerem a correção das deficiências nutricionais, tratamentos das intoxicações identificadas, reabilitação fisioterapêutica e a ozonioterapia, uma técnica disponível em cerca de 50 países, que auxilia na oxigenação muscular e na recuperação de sequelas neurológicas.”