A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) realizou nesta quinta-feira, 24, uma Sessão Solene em homenagem à Cooperativa Central da Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre). A solenidade foi proposta pelo deputado Edvaldo Magalhães (PC do B), através de requerimento aprovado em plenário.
Fundada em 2001, a Cooperacre é uma das principais cooperativas do Brasil, sendo a responsável pela maior produção de castanha beneficiada do país. Mais de três mil famílias extrativistas e da agricultura familiar fazem parte da cooperativa e trabalham, além da castanha, com a produção do látex e frutas para polpa.
Ao fazer a abertura da solenidade, o presidente em exercício do parlamento acreano, deputado Chico Viga (PHS), destacou a importância da cooperativa para o Estado.
Para o deputado Edvaldo Magalhães, autor do requerimento que solicitou a sessão, a Cooperacre é um belo exemplo de que os movimentos sociais, por meio de cooperativas e associações, têm total capacidade de gerenciar e construir negócios de forma eficiente e competitiva. O comunista destacou ainda os avanços que a cooperativa obteve ao longo dos anos.
O parlamentar também falou sobre a importância do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), instrumento que direciona as políticas de desenvolvimento do Estado do Acre, indicando suas potencialidades no campo social, ambiental e econômico.
Manoel Monteiro, superintendente da Cooperacre, frisou que a Cooperacre é baseada no princípio de uma produção sustentável e com justiça socioambiental. Ele fez uma apresentação detalhada da atuação da cooperativa no Estado.
“Atuamos hoje como uma das indústrias que apresenta a viabilidade de uma economia florestal. Em 2018, a Castanha-do-Brasil foi o principal produto de exportação do Acre, movimentando mais de R$ 35 milhões na economia do Estado. Estamos muito felizes com os avanços obtidos, tenho muito orgulho do trabalho de todos que compõem essa equipe. Nossa intenção é continuar avançando na produção”, enfatizou.
O presidente da Cooperacre, Manoel da Gameleira, falou do orgulho que sente ao fazer parte da cooperativa. “Trabalhamos muito para tornar a Cooperacre o que é hoje, uma cooperativa atuante e cheia de parcerias importantes. Antigamente, não tínhamos uma fruta no Acre para vender, hoje, vendemos frutas em todo o Estado. Tenho 80 anos e a minha vontade de trabalhar só aumenta, continuamos na luta em busca de mais projetos e parcerias”, destacou.
Para o procurador de Justiça, Sammy Barbosa, a homenagem é justa levando em consideração o crescimento e o importante trabalho que a Cooperacre realiza no Acre.
Emerson Costa Gomes, presidente da Organização do Cooperativismo Brasileiro (OCB) frisou que a Cooperacre atua com a missão de unificar todos os produtores e extrativistas do Estado num único projeto.
Parceria com empresa francesa Vert Shoes
Trabalhando com associações e outras cooperativas, a Cooperacre alcança todas as regiões do Acre tornando-se uma importante rede produtiva da Amazônia. Com recente parceria direta com a Vert Shoes, empresa de calçados francesa, a produção de borracha da seringueira ganhou novos patamares. A produção estimada para o ano de 2019 é de 600 toneladas, apenas com a Cooperacre.
O presidente da Vert Shoes, François Ghislain, também esteve presente na solenidade. Na oportunidade, ele enalteceu o trabalho realizado pela Cooperacre. Disse ainda que a parceria com a cooperativa foi fundamental para o crescimento de produção da empresa francesa.
“Há 14 anos tive um sonho de colocar no mercado um produto que respeitasse o ser humano e a natureza, nós batizamos esse sonho de Vert Shoes. Foi esse sonho que nos trouxe ao Acre, é daqui que sai a borracha do nosso solado. Em 2005, começamos um trabalho com os seringueiros acreanos e a nossa produção na época era de 30 mil pares de tênis por ano. Hoje, graças à parceria com a Cooperacre, nossa produção pulou para 2 milhões por ano. 2 milhões de pessoas abrem as nossas caixas de tênis onde tem escrito “borracha da Amazônia”. Sem a cooperativa não teríamos crescido tanto assim”, destacou.
Ao final da solenidade, alguns extrativistas foram homenageados no centro do plenário.