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ARTIGO: Vidas que se perdem nas estradas acreanas

BRENNA AMÂNCIO (*)

Viajar pelas estradas acreanas é um verdadeiro perigo. Deslocar-se em veículos aos municípios do interior é uma aventura mais do que radical. Você pode jamais chegar ao seu destino.

Somada à imprudência em muitos dos casos de acidentes, há ainda outro grande vilão que tem preocupado os motoristas: os buracos.

Somente nos dias 12, 13 e 14 deste mês, a Polícia Rodoviária Federal e o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar do Acre registraram 18 acidentes de trânsito no Estado.

Vidas estão se perdendo, veículos sendo destruídos e os prejuízos das vítimas são gigantescos.

Uma das mortes foi a da professora Gleyce Kelly Pinheiro. Ela e o marido estavam em um grupo de motociclistas, em uma ladeira. Os dois não viram um buraco, a 25 quilômetros do aeroporto de Rio Branco, na BR-364, e acabaram caindo. Na queda, o capacete de Gleyce rachou e ela teve uma lesão no crânio.

Até o final do mês, o balanço vai mostrar o aumento significativo nos casos de acidentes causados por buracos.

Na última quinta-feira, 17, um carro do Incra capotou após o pneu estourar próximo ao município do Bujari. O que causou o estouro foi o impacto com um buraco. Três pessoas ficaram feridas.

Nem mesmo as ambulâncias escapam. Claro que esse tipo de veículo costuma se mover em velocidade mais alta, pois, muitas vezes, leva pacientes que precisam chegar ao hospital com urgência.

Esta semana, uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) saiu da pista no km 85 da BR-364, entre Sena Madureira e Bujari. O veículo transportava um bebê indígena, de 2 meses, para o Pronto Socorro de Rio Branco. A causa do susto foi mais uma vez o problema recorrente de buracos na pista.

São tantos casos noticiados todos os dias neste jornal e demais veículos de comunicação que não cabem neste artigo. Mas o breve relato serve para levantar um questionamento: algo está sendo feito para resolver este problema?

A sociedade precisa de uma resposta urgente dos órgãos competentes. O Governo do Estado precisa começar a tratar essa questão como prioridade. O Dnit não pode se omitir. Caso contrário, muitas outras Gleyces podem vir a perder suas vidas.

Eu temo pela vida de centenas de trabalhadores que dependem das viagens por essas estradas, como a BR-317 e a BR364, para sobreviver. Eu temo pela vida dos viajantes, de quem deixa sua família em casa, mas não sabe se voltará.

É preciso que os condutores se conscientizem e dirijam com prudência e atenção. Mas é direito nosso também, como contribuintes e cidadãos, condições de estradas adequadas para viagens seguras.

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