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Alma humana: depois da morte!!

Imortalidade da alma humana parece redundante, mas não é. No estudo da metafísica (além da física) aprende-se que os animais não racionais têm alma “instintiva” e, que, a flora, as espécies botânicas e todas as plantas em geral, possuem alma “vegetativa.”

Fiódor  Dostoiévski (1821-1881) dizia que “Só existe uma única idéia suprema sobre a terra: o conceito da imortalidade da alma humana; todas as outras idéias profundas pelas quais os homens vivem não passam de extensão dela.” Então, o assunto aqui é a alma humana, em particular a alma humana depois ou após a morte!

Mas, será  mesmo que a alma “humana” transcende a vida do corpo depois da morte? Sendo assim, onde estará a alma de cada um que  já passou por esta existência terrena? Sim, por onde andam as almas dos mortos? Afinal, a alma humana é mesmo imortal?

Bem, no que concerne a esta última interrogação, existem crenças, antigas e novas, no fado ou destino das nossas almas. A evidência na crença da imortalidade da alma remonta as culturas mais antigas das quais temos algum tipo de conhecimento. De tal modo dentre outras culturas remotas, a imortalidade da alma é uma das crenças mais difundidas nas filosofias e nas religiões do Oriente  e do Ocidente.Muito antes do cristianismo este tema já era discutido nas culturas: Veda, 1900-1500 a. C, movimento literário mais velho das raças Indo-europeias, bem como nas religiões Grega e Hebraica. Na filosofia grega, notadamente em Pitágoras (585 a.C) a imortalidade da alma surgiu com idéia da reencarnação.

No entanto, o ápice da questão da imortalidade da alma na filosofia grega se radicaliza em Platão, que ligou o poder interpretativo com o criativo, e a imortalidade – existência eterna da alma – com a reencarnação.  Platão influenciou, com a sua tese de que o homem é essencialmente alma, todas as religiões e filosofias ocidentais subsequentes.

Platão, de maneira especial em Fédon, define a alma qual substância; como substancia, a alma é ser em ato e, como ser em ato, é imorredoura. Este argumento, em sua forma mais popular, asseverava que alma, por participar necessariamente da ideia de vida, não pode deixar de existir; uma vez que, como queria Platão, a alma é imortal.

De modo geral, á luz do pensamento moderno, se atribui ao cristianismo o principal defensor da doutrina da imortalidade da alma. Tal pensamento é errôneo, uma vez que a grande novidade metafísica do cristianismo é a ressurreição de mortos, não a imortalidade da alma.

SantoAnselmo (1033-1109) o pai da ontologia, no seu  monologion, argumenta que a alma humana, como criatura racional, foi criada por Deus para amar, mas não poderia fazê-lo se não vivesse sempre; portanto a alma é feita para viver  sempre, pois isso está de acordo  com a suma bondade, sabedoria e onipotência do Criador. A alma não morre, vive sempre!

Ah, hoje é Dia finados. Essa atitude de homenagear os “MORTOS” pode ser vista como uma das realizações da vida.  É considerada algo excelente, e garante  que o nome daquele que morreu seja HONRADO, pelo menos  num DIA do ANO, por aqueles que continuam  “entre aspas” VIVOS!

 

Francisco Assis dos Santos*

*HUMANISTA. E-mail: assisprof@yahoo.com.br

 

 

 

A Gazeta do Acre: