* “É chantagem que fala?”, grita um petista que passa pela redação.
*É, hã, hum…
*Bom, picuinhas políticas à parte, pegou mal, muito mal as recentes declarações (ou provocações?) do governador Gladson Cameli sobre o provável decreto de calamidade financeira do Estado.
*De novo essa história?
*Sim, de novo, again.
*Aliás, interessante observar:
*Parece que é só a corda esticar, que o governo puxa novamente essa conversa.
*E não foi diferente desta vez.
*O anúncio feito, nesta semana, ocorre justamente no meio da crise com os servidores públicos, em torno da votação da reforma da previdência estadual.
*E um dia depois de os professores terem tomado a escadaria do Palácio Rio Branco para se manifestarem contra pontos da proposta.
*O governador nem disfarçou a arenga:
* “A única coisa certa neste Estado é o pagamento do 13º salário…”, afirmou ele.
*E continuou:
* “Todo o restante, como a contratação de 500 professores e convocação do pessoal da segurança que já fez curso, está suspenso”, disse, de Cruzeiro do Sul.
*O discurso não poderia ter soado pior.
*E, mais uma vez, convenhamos:
*Revela a total inabilidade em debater e esclarecer assuntos que são, indiscutivelmente, de interesse da população.
*Como bem destacaram alguns parlamentares, na sessão de ontem da Aleac:
*Vincular a questão da reforma com o decreto de calamidade chega a ser desonesto.
*Primeiro, porque a aprovação da PEC, embora necessária, não irá trazer resultados imediatos à situação financeira do Acre.
*Segundo que, somente este ano, duas renegociações de dívidas, que somadas chegam a R$ 700 milhões, já foram aprovadas na Casa do Povo.
*Enfim…
*Além da suposta “chantagem” com os sindicatos, a ameaça da calamidade aumenta o clima de instabilidade, terrorismo até, entre empresários e fornecedores do Estado.
*Depois dos últimos 11 meses à mingua, em meio a uma crise econômica violenta, é duro encerrar o ano com mais incertezas do que pode vir pela frente.
*Tá sofrido, tá de lascar.
*Paralelo a tudo isso, corre no Tribunal de Justiça do Acre o processo em relação à aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
*O abacaxi caiu nas mãos do desembargador Roberto Barros, que, cauteloso, propôs uma audiência de conciliação, no próximo dia 3 de dezembro.
*Caso não saia acordo (que não deve sair), o assunto irá a julgamento no pleno do tribunal, no dia 4.
*Em se tratando de política e de Justiça, juntas (!), será daquelas decisões imprevisíveis.
*Vencerá a influência do mais forte.
*A conferir no que vai dar.