A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) amanheceu nesta terça-feira, 26, com um forte esquema de segurança. Isolada por grades e por um paredão de cerca de 300 policiais militares, a Casa do Povo ficou completamente fechada para a população acreana.
Já era previsto que a votação da reforma da Previdência estadual causasse protestos e muito tumulto, assim como foram os outros dois dias de tentativas de aprovar o texto.
Servidores públicos, sindicalistas e manifestantes ficaram de plantão na frente da Aleac. Na tentativa de quebrar o esquema de segurança, os manifestantes chegaram a jogar ovos estragados nos policiais ao serem impedidos de entrar no local. Alguns deputados também foram alvos.
Até um entregador de marmitas foi abordado pelos manifestantes, que derrubaram toda a comida que estava sendo levada para os servidores da Casa.
Enquanto parlamentares do MDB já haviam se posicionado a favor da reforma, outros deputados de oposição criticaram a postura do presidente da Aleac. Os deputados Jenilson Leite (PCdoB), Daniel Zen (PT) e Edvaldo Magalhães (PCdoB) consideraram o fechamento da Casa uma “postura autoritária”.
“Estamos prestes a completar 54 anos. Um poder que já passou poucas e boas, que teve deputados cassados e resistiu e continua aqui como a casa da democracia. E na casa dos representantes os representados não podem ser impedidos de entrar. Aqui é a casa do povo, e o povo não pode ser impedido de entrar. Isso é de um de autoritarismo que não lhe cabe. Não se deixe levar pelo burburinho e pelos encantos do Palácio Rio Branco. Aqui o senhor tem que fazer do jeito o que o senhor pensa em fazer. Quê isso, gente?”, questionou Zen.
Greve geral na Educação
Se não bastasse o tumulto, os professores também prometeram deflagrar greve geral caso a reforma seja aprovada. Ou seja, o término do ano letivo de todas as escolas públicas do Acre está ameaçado. A proposta foi apresentada por sindicalistas, do alto de um carro de som, estacionado na Praça do Palácio Rio Branco.
Por meio da assessoria, o Sinteac confirmou que a categoria deliberou a proposta para deflagrar greve geral. “Ainda tem todo o processo jurídico. Cabe à Justiça do Trabalho aprovar ou não”, informou.