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Associação denuncia perda de 17 rins por falta de cirurgiões e má conservação no Acre

A Associação dos Pacientes Renais Crônicos e Transplantados (Apartac) denunciou ao site Ac24horas que o Acre teve 19 rins para realizar as cirurgias de transplantes para pacientes necessitados, mas 15 destes órgãos tiveram que ser enviados para fora do Estado supostamente por falta de equipe médica adequada para o procedimento.

Mais grave ainda é a denúncia da entidade de que, cerca de uma semana atrás, dois rins em bom estado para transplante teriam se estragado e foram parar no lixo por falta da substância líquida que mantém a conservação dos órgãos para a realização de transplantes. Vale ressaltar que os rins são um dos órgãos mais resistentes, chegando a durar até 36 horas fora do corpo humano.

A situação revela que as falhas de gestão na Saúde têm sido maior ainda no sistema de transplantes, e não há, por enquanto, gestor à frente da Sesacre para tentar corrigir tal situação. Por notícias divulgadas pela Secretaria de Comunicação, o Acre teria retomado o serviço de transplante de fígado e de córneas, reduzindo a demanda de cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS), mas, de fato, pouco se fala sobre as cirurgias de rins.

Atualmente, o Acre possui 116 transplantados e outros 450 fazem hemodiálise na Fundação Hospitalar. A fila de pacientes renais crônicos que aguardam na fila de transplantes é de cerca de 25 pacientes. Se não tivesse desperdiçado os 17 órgãos, esta fila estaria com menos de 10 pessoas. É importante destacar que quanto mais tempo esses pacientes passam sem cirurgia, só fazendo hemodiálise, mais debilitado ficam seus quadros de saúde.

O presidente da Apartac, Vanderli Ferreira, ressaltou que este problema não é só da gestão atual, mas sim que é um quadro recorrente, que vem se arrastando desde anos passados. No entanto, a perda dos 15 rins enviados para a lista nacional de transplantes, fora os 2 que teriam se deteriorado, ocorreram em menos de um ano.

Pedido de ajuda da OAB-AC – A associação participou, nesta semana, de uma reunião com o presidente da Ordem dos Advogados do Acre (OAB-AC), Erik Venâncio, a fim de buscar apoio para o problema. O presidente da Apartac disse, durante o encontro, as cirurgias no Acre precisam ser modernizadas e que o Acre também é carente de exames e medicamentos. E nada tem sido feito para amenizar a situação.

“O que pode ser feito, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, é pagar os médicos que estão sem receber e firmar o contrato com a equipe de não atrasar o salário dos cirurgiões. Há ainda a necessidade de não deixar faltar os medicamentos necessários para o transplante, nem os exames”, destacou o presidente da Apartac, apontando o caminho de melhorias para o Estado.

Erick Venâncio, por sua vez, afirmou que a OAB assumirá o compromisso de buscar soluções para retornar com as cirurgias de transplante de rim no Hospital das Clínicas.

O Governo do Estado ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto. A reportagem do site Ac24horas frisou que o governo apenas se limitou a dizer que as informações disseminadas pela Apartac “causavam estranheza” ao poder público. A GAZETA reforça que está com espaço aberto para qualquer esclarecimento posterior sobre o tema feita pelos órgãos competentes do Estado. (Com informações do site AC24HORAS)

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