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Concurso da Educação será mantido, ainda sem nova data definida, garante prefeita

Concurso da Educação será mantido, ainda sem nova data definida, garante prefeita

Concurso da Educação será mantido, ainda sem nova data definida, garante prefeita

O secretário de Educação de Rio Branco, Moisés Diniz, esteve no Programa Andrade Filho, na Rádio Gazeta FM, na manhã desta segunda-feira, 18, para esclarecer a confusão que levou à anulação do concurso da Educação, no domingo, 17.

Ainda nesta segunda-feira, 18, a prefeita Socorro Neri garantiu que ninguém sairá prejudicado. “Concurso está mantido, o que foi cancelado foram as provas. Ainda sem nova data definida”, disse.

Após vídeos viralizarem nas redes sociais, indicando que as provas do turno da tarde foram entregues de manhã, o pânico logo se espalhou sobre a confiança no concurso. O secretário explicou que houve erro de um membro da organizadora do certame, a Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (Fundape).

O concurso visa preencher vagas definitivas para cargos de nível fundamental, médio e superior. Os salários variam de R$ 1.032,66 a R$ 3.447,35 mil. Aproximadamente 20 mil candidatos se inscreveram para disputar cerca de 600 vagas.

“A prefeita Socorro Neri e eu lamentamos profundamente o corrido, porque foi um constrangimento que envolveu cerca de 20 mil pessoas. Por mais que os procedimentos que ocorreram não terem sido de nossa responsabilidade, pois é da empresa que faz o certame [Fundape], a gente tem a humildade de reconhecer que houve muito constrangimento”, lamentou.

Para Diniz, não houve fraude, mas sim uma ‘trapalhada’. “Surgiu a palavra fraude, que é algo escondido para prejudicar alguém e outra sair ganhando. Na verdade, houve uma grande trapalhada de uma pessoa irresponsável que trocou o malote e prejudicou 20 mil pessoas. E piorou a partir de quem filmou isso e jogou nas redes sociais criando um pânico na sociedade”.

Agora, o conflito é decidir se cancela este concurso para abrir outro, ou se mantém com a Fundape. “O problema é que, ao fazer isso, terá que se abrir uma nova licitação, o que demoraria e não teria tempo hábil para contratar”.

Caso poderia ter sido resolvido na hora

O secretário de Educação de Rio Branco explicou que o caso foi isolado e poderia ter sido resolvido no mesmo local, contudo, uma série de erros de quem aplicou as provas e de alguns candidatos levou à suspensão do concurso inteiro.

“De 19 locais de provas, em apenas uma escola, no Alcimar Nunes Leitão, no Conjunto Universitário, foi trocado o malote. Eram divididas por cores. A cor preta eram as provas da manhã, e o malote verde e azul escuro era para a tarde. Nessa escola entregaram o malote errado. Quando os professores da manhã receberam uma prova da tarde, começou a confusão. O mais grave foi que alguém filmou, tirou foto. Isso viralizou nas redes sociais e não tinha mais o que fazer. Era um caso isolado, numa escola com 12 salas. Se não tivesse a situação do celular, de divulgar, resolvia-se lá mesmo na hora. O procedimento seria suspender as provas da tarde e todas as provas da manhã, com 10 mil, teriam seguido”, destacou.

Imediatamente, ao saber do ocorrido, a prefeita Socorro Neri se reuniu com a comissão, a reitora da Ufac, os procuradores do Município, e decidiu por anular a prova da manhã e suspender a prova da tarde.

A solução mais prática seria remarcar a nova data das provas com a mesma banca, que é a Fundape, e adotar mais medidas de segurança, fiscalização e rigidez, sugeriu Diniz.

“Tem que proibir celular, pois este aparelho deve ficar em local isolado com o nome dentro de um saco plástico fechado. Terminou a prova, a pessoa vai lá e pega o seu celular. Essa é uma medida. A outra é cancelar o concurso, abrir nova licitação, que é um processo demorado. Estamos preocupados, porque o prazo eleitoral é até o final de março [de 2020] para contratação. Nós queremos contratar no final de janeiro, para termos uma semana de formação para os novos profissionais e mais uma semana de fevereiro, para que no dia 10 de fevereiro se comece o ano letivo. Assim, não teriam mais situações que ocorrem hoje, que é a aula em dia de sábado. Não é justo ter isso para o professor e nem para as nossas crianças”, justificou.

Moisés Diniz acredita que é possível se manter com a mesma organizadora do concurso, apesar do erro. “Faremos de novo e quem vai passar é quem estudou. Eu faço um convite a todos: estudem mais. São 20 mil pessoas para cerca de 600 vagas. Não é fácil. Vamos continuar perseguindo esse objetivo de um concurso permanente e definitivo para a educação da Capital do Acre. Acredito que é possível corrigir, e a Fundape fazer um concurso sério. Agora, quem tem que decidir é a prefeita junto conosco, ouvindo os procuradores, a equipe técnica. Vamos nos pronunciar nos próximos dias”.

Valorização do professor

Diniz explicou a importância da realização do concurso. Será uma forma de garantir que a Capital passe a ter somente professores definitivos contratados. “Esse concurso vai colocar Rio Branco como a primeira capital do Brasil que não terá mais contrato provisório para professor. Hoje, para se ter uma ideia, o professor do Estado ou do Município de Rio Branco, que tem contrato provisório, contribui com o INSS. Esse recurso fica em Brasília e nem volta para o fundo do Estado e nem do Município. Além disso, é um professor desvalorizado, pois no seu período de descanso, nas férias, fica sem salário. É também um professor que a gente investe na sua formação e, se não consegue passar no outro concurso seletivo, torna-se aquele um recurso jogado fora. Portanto, acabar com o contrato provisório é uma das grandes conquistas da Educação. A nossa posição, a da prefeita Socorro Neri, é de que nós não vamos abrir mão disso”.

O secretário reforçou que valorizar o professor é uma das grandes metas da gestão. “O esforço da prefeita Socorro Neri foi muito grande. É muito fácil para quem governa o Brasil manter professor provisório, porque continua no cabresto e continua uma educação de péssima qualidade. Ter um professor efetivo, ter aposentadoria, ter uma carreira, poder ter formação continuada e permanente, é o nosso grande objetivo”.

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