A matéria volta a ser discutida na Aleac na terça-feira, 12
Tensa mais uma vez. Assim pode ser definida a quinta-feira, 7, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). Nada diferente da quarta-feira, em que os servidores acamparam no plenário da Casa, ontem eles voltaram a lotar a Galeria Marina Silva e as escadas de acesso. Contra a reforma, eles pediam a retirada de pauta de matéria.
O pedido foi atendido pelo presidente Nicolau Júnior (Progressistas), que chegou a dizer que não haveria “clima” para votar o texto da Proposta de Emenda à Constituição que altera diversos pontos da Previdência.
Embora a matéria ainda não tenha tramitado na comissão especial, por se tratar de uma PEC, o medo era que a proposta fosse analisada em caráter de urgência e seguisse para o plenário.
O líder da oposição, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) disse que o adiamento da proposta foi mais uma vitória dos servidores estaduais. Ele classificou o movimento como legítimo e rebateu críticas feitas por alguns parlamentares da base governista, como Cadmiel Bonfim (PSDB), que chegou a acusar deputados de estarem incentivando o movimento.
“A intenção do governo era passar o rolo compressor, votar na terça-feira a reforma da Previdência, depois era fazer a mesma coisa, como não foi possível, votar ontem a reformada previdência. Sabe por que não foi votado? Por conta de vocês, pela presença de vocês. Portanto, aqueles que estão ali se manifestando não são baderneiros não. Eles estão garantindo o futuro dos funcionários e dos filhos dos deputados também. O que essa gente pediu desde o início o senhor anunciou hoje, presidente: ‘não vai ter votação’. Vai ter uma agenda de discussão”, mencionou o parlamentar comunista.
Já o líder dos independentes, deputado Roberto Duarte (MDB), disse que é necessário definir uma agenda de trabalho para que servidores, governo e parlamentares possam sentar e definir emendas para melhorar a PEC.
“Quero aproveitar a oportunidade para parabenizar o governo, que abriu diálogo com as categorias. Agora precisa que as categorias tragam propostas para esta Casa. Quem quiser dialogar vai estar o diálogo aberto, quem não quiser, infelizmente não tem como dialogar. Estamos aqui para receber propostas”, pontuou Roberto Duarte.
Gehlen Diniz, líder do governo na Aleac, disse que não haverá majoração do percentual previdenciário, que é de 14%, para 22%. Ele tranquilizou os servidores quanto a isso e disse que os governos do PT deixaram essa herança de 14%.
“As categorias que quiserem dialogar, quiserem apresentar propostas, serão devidamente recebidas”, disse o líder governista.
A sessão foi suspensa para entendimento dos parlamentares e sem perspectiva de retorno dos trabalhos. A matéria volta a ser discutida na terça-feira, 12. Até os sindicatos vão apresentar um documento com todos os pontos que devem ser incluídos na PEC. Há um consenso entre parlamentares de oposição e sindicalistas para a retirada do fim da licença prêmio e da sexta parte, que seriam direitos já consolidados ao longo do tempo.