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Jovens do Acre criam vela à base de cera de abelha e conquistam 2º lugar em competição nacional

Criar uma vela sustentável a base de produtos naturais e regionais. Esse foi o objetivo da miniempresa criada por 20 estudantes, a ‘Ecovela’. Os alunos, com idades entre 15 e 17 anos, são do Colégio Sigma de Rio Branco.

Após vencerem a etapa estadual do concurso promovido pela ONG Internacional Junior Achievement, os alunos competiram com as 10 melhores miniempresas do Brasil. A empresa da ‘Ecovela’ ficou em segundo lugar no ranking nacional.

Na primeira etapa, os estudantes tiveram 12 semanas para simular uma empresa real, com taxação de impostos, pagamento de salários, funcionários, diretores e criação de um produto.

“Nós queríamos que fosse algo diferente, que valorizasse a nossa região e trouxesse uma perspectiva de mudança para a população”, conta a diretora da empresa e estudante, Flávia Alessandra, de 17 anos.

Assim surgiu a Ecovela. Uma vela feita de cera de abelha, cana-de-açúcar, farinha de trigo, vinagre e água.

“A vela tem um processo de fabricação simples, mas delicado por que requer muito tempo, cuidado e atenção. Primeiro, a gente separa o bagaço da cana-de-açúcar, depois trituramos e depois disso misturamos o bagaço triturado com farinha de trigo, água e vinagre. E mexemos até a massa atingir um certo ponto”, descreve.

Depois dessa primeira etapa, a massa é moldada em latinhas, que foram coletadas pelos alunos e separadas para a reciclagem após o uso, para secar ao sol. Pronto. O revestimento da vela está finalizado.

“Depois de secar, a gente desenforma, separa e pega a cera de abelha. Derretemos dentro do pote e misturamos com uma das nossas cinco essências, que são: açaí, buriti, andiroba, coco da praia e patauá. Colocamos a cera, a essência, o pavio que também é revestido com cera de abelha e separamos a vela até secar. Depois, vem a finalização”, explica.

Muito além de uma premiação, a competição proporcionou uma experiência única para os estudantes, que puderam ter outras perspectivas do mercado de trabalho atual.

“Essa classificação representou muito para o nosso colégio, mas muito mais para nós. Às vezes a gente tem uma visão errada sobre o empreendedorismo, sobre como deve ser a nossa carreira. Depois do projeto, nós abrimos os olhos para outras possibilidades. Descobrimos um potencial que não sabíamos que tínhamos, também descobrimos que o mercado de trabalho é totalmente diferente do que achávamos”, relata.

A jovem destaca a importância da vivência: “Agregou muita experiência. Não tenho como definir em uma palavra, mas posso dizer que foi uma mudança do nosso jeito de pensar e, quem sabe, até do nosso futuro”.

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