Os deputados estaduais voltaram a discutir nesta terça-feira, 12, a respeito da reforma da Previdência estadual. Em um debate menos acalorada como o que ocorreu na última semana, oposição e situação discutiram pontos que estão em evidência na reforma como: a extinção da sexta parte, auxílio funeral, licença prêmio, alíquota de 14% que passa a valer para quem ganha acima de 1 salário mínimo, dentre outros.
O líder do governo, deputado Gehlen Diniz (Progressistas) disse que há muita desinformação em torno da reforma. Ele pontuou que isso tem gerado “pânico” entre os servidores. O parlamentar criticou a postura de alguns sindicalistas que trabalham com ‘fake news’ para tentar desestabilizar o governo e não informar o servidor como deveriam.
“O sindicato tem que esclarecer o trabalhador. Tem que mostrar para o trabalhador o que está acontecendo e não espalhar o pânico, aí é ruim. Infelizmente isso acontece. Não estou dizendo que são todos os líderes sindicais, grande maioria é responsável”, pontua.
Gehlen Diniz parabenizou a postura do governador Gladson Cameli (Progressistas) de enviar à Aleac uma proposta de reforma da previdência que tem por finalidade ajustar as contas da previdência estadual.
“Não fomos nós quem criamos esse problema. Quando o Estado deixa de pagar salários, é porque está no fundo do poço, está quebrado. Caso não façamos uma reforma na nossa previdência, corremos o risco de isso acontecer. Quero parabenizar o governador pela coragem”, ratificou.
A fala do líder do governo foi contestada em um efeito dominó pelas lideranças de oposição. O posicionamento mais duro veio do PSB. O deputado Jenilson Leite disse que 50% da fala de Diniz é que era fake news. Ele acrescentou que Gehlen usa essa narrativa, de dizer que tudo que é contestado pelos sindicatos e deputados de oposição é fake news “para tentar aliviar sua condição de líder”.
Do líder da oposição, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) veio o tom mais conciliador. Edvaldo disse que a luta dos servidores públicos na última semana foi fundamental para impedir que o governo votasse a reforma no afogadilho, sem discussão.
“O Governo não recuou porque queria fazer um gesto para com os servidores ou porque é bonzinho. Eles voltaram atrás na decisão de atropelar trabalhadores e seus direitos porque nos organizamos e nos unimos. Foi a mobilização de todos que garantiu essa vitória. Vou participar de tudo. Mas, preciso alertar o que entrou nessa Casa como proposta, seja o que está escrito na PEC ou os três PL que deram entrada, é pior que a reforma do Bolsonaro”, descreveu.
Isolado e sem ninguém para defender a reforma, coube a Gehlen receber a solidariedade do deputado Daniel Zen (PT), oposição na Aleac. Zen pediu aos demais parlamentares, que compõem a base, que colaborem com as discussões e não deixem que Gehlen Diniz carregue o fardo sozinho. “Colegas da base ajudem o líder. Ele está sozinho. Ele está isolado”, disse Zen, ao mencionar que apenas Diniz participa efetivamente das discussões da reforma nas comissões, enquanto a maioria não participa ou, se participa, é esporadicamente.