Cumprindo agenda em Rio Branco nesta segunda-feira, 18, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, comentou a respeito da atuação do Ministério para o combate ao crime organizado na região de fronteira. Moro falou a respeito do Programa Vigia, que foi lançado em Cruzeiro do Sul horas depois. Para ele, não há como combater a criminalidade senão houver o fortalecimento do Estado.
“Temos o Programa Vigia, através do qual temos desenvolvido a Operação Hórus, que tem tido resultados extremamente relevantes para coibir o contrabando de drogas, armas e contrabando em geral na fronteira do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e, hoje, nós vamos dar início oficial a esse programa aqui no Acre, em Cruzeiro do Sul. Não temos dúvidas que é importante aumentar a eficiência do Estado: investigação, processo, prisão, confisco, contra as organizações criminosas. Elas são responsáveis por boa parte da violência, especialmente nas regiões metropolitanas e também na área de fronteira”, disse o ministro.
Moro reconheceu que o Acre é um estado estratégico para o crime, utilizado como rota de entrada por narcotraficantes o comércio de drogas no Brasil e a saída para países da Europa. Ao menos tempo que reconhece isso, o Sergio Moro também lembra que o Estado é estratégico para fechar a sangria que alimenta a violência nas grandes metrópoles brasileiras, como Rio e São Paulo.
“O Estado do Acre é um estado estratégico, mas também no âmbito da segurança pública por fazer fronteira com países que constituem, embora tenha esforços para diminuir, produtores relevantes de cocaína, de droga, que acaba utilizando o território brasileiro, não só para vender drogas, mas também transportar para outros países, especialmente para a Europa. Então, o governo federal tem uma política de melhoria da vigilância das fronteiras, o que parte da política de integração das forças de segurança pública”, menciona.
Situação na Bolívia
Mais de cunho das Relações Exteriores, Moro falou da situação na Bolívia, com a renúncia do presidente Evo Morales. Ele relatou que o governo Bolsonaro está atento a essa questão e espera que a paz volte fazer parte do cotidiano do povo boliviano.
“O governo federal está acompanhando esses episódios na Bolívia, mas isso não gerou qualquer situação de insegurança aqui para o Brasil. O que esperamos é que seja estabelecida a liberdade, a ordem naquele país, que possa no futuro encaminhar para eleições livres como está aparentemente sendo feita”, destaca.
2ª Instância
Juiz, Sergio Moro ficou conhecido no Brasil por comandar a Operação Lava Jato e ser um dos responsáveis pela prisão e condenação do ex-presidente Lula. Ao falar sobre prisão em 2ª instância, que em decisão recente tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), beneficiou vários réus da Lava Jato, inclusive o ex-presidente, o ministro foi sucinto.
“Hoje, ao contrário, se vê que é um tema central que está na imprensa, está na mente dos agentes públicos. É um assunto conhecido dos parlamentares e é um assunto conhecido por toda a população. E o ingresso desse tema na agenda pública e uma aspiração por menor impunidade, que é essencial para redução da prática de crimes, mas igualmente para se fazer justiça”, disse o ministro.