A Uber anunciou na manhã de ontem, dia 6, na sede da ARCA, Vila Leopoldina, em São Paulo/SP, a 2ª edição da “Uber Destino 2019”. Foram feitos vários lançamentos com foco em segurança de seus usuários / motoristas e no papel da empresa de tecnologia em colaborar com o combate à criminalidade. O anúncio foi feito para jornalistas de todo Brasil e de países da América Latina.
De acordo com a presidente da Uber no Brasil, Cláudia Woods, a questão da violência é um problema global, que exige soluções complexas. Só tecnologia não basta. É preciso envolvimento, assumir um compromisso e pensar em gente e em seus desafios, inseridas em um mundo que está em constante movimento.
A América Latina concentra cerca de 8% da população mundial, mas é responsável por cerca de 37% dos casos registrados de crimes intencionais. A Uber possui cerca de 1,4 milhões de motoristas parceiros neste continente, que já realizaram mais de 5 bilhões de viagens nos seus 9 anos de existência. Estas viagens foram realizadas dentro deste preocupante contexto das cidades latino americanas, na qual as pessoas não se sentem seguras. A Uber não pode se esconder dessa realidade. Por isso, busca desenvolver estratégias e novas ferramentas para que as pessoas que usam os serviços se sintam seguras, resguardadas, tanto usuários como motoristas e entregadores.
A ideia é usar a tecnologia em prol da segurança, garantir que o direito de ir e vir das pessoas seja uma máxima, não seja mitigado nem pela insegurança.
A Uber foi criada em 2010, lembrou o diretor de Tech Center da empresa, Marcelo Azambuja, partindo da concepção de se ter um meio de transporte, pessoas possam se locomover de um lugar para outro, de forma simples, com o toque de um botão do seu celular. De lá pra cá, a Uber chegou a 65 países, já tendo realizado mais de 15 milhões de viagens, contribuindo para contornar questões de crises econômicas e contribuir para melhoria de mobilidade urbana. E agora precisa voltar sua atuação para garantir maior segurança. Devolver a percepção de segurança às pessoas.
Nesse sentido, o diretor Marcelo Azambuja explica que os tech center (centros de tecnologia) possuem equipes em sedes que atuam em áreas diversificadas (exemplo: uma foca em inovações para o Uber Eats, outras para viabilidade em formas de pagamento). A center tech de São Paulo é centrada em questões de segurança. E esta preocupação está crescendo tanto, que hoje a equipe possui 30 profissionais (técnicos em computação, designers, etc), e o diretor anunciou que em breve devem ser integrados mais 10 membros. A meta, ao todo, é chegar a um grupo de 150 profissionais.
“Hoje desenvolvemos 10 projetos, e essa equipe, se expandindo, visa elevar os padrões de segurança. E o eixo é encontrar talentos locais para resolver esses desafios globais. Tivemos o Uber Hack em diversas cidades para nos dar essas perspectivas diferenciadas na solução dos problemas. Nosso objetivo de trabalho é proporcionar maior segurança possível para todos, desde o usuário até o motorista da Uber”, completou Azambuja.
As duas novidades que logo estarão disponíveis no aplicativo
Durante o Uber Destino 2019, duas das novas ferramentas lançadas estarão à disposição dos usuários e motoristas muito em breve. Uma delas é a possibilidade de gravar áudios durante as viagens. O recurso, testado no México e alguns lugares já da América Latina, estará disponível tanto para os usuários, quanto para os motoristas.
A gravação servirá para se você estiver em uma viagem e a conversa com seu motorista começar a tomar um rumo desagradável, ou quando você se sentir inseguro, com suspeitas ou só desconfiado de alguma coisa. A gravação pode ser feita no aplicativo, durante a execução da corrida, e não precisa ser enviada direto pra Uber. Você que decide se manda ou não, e quando.
Na questão da privacidade, os áudios são arquivos criptografados, e a própria empresa só terá acesso a eles se você enviar. A ideia é que sejam usados como verdadeiras fontes da veracidade de fatos que são alegados das viagens na Uber, para acabar com o “disse, não disse” entre usuários e motoristas. Os áudios não ocuparão tanto espaço no seu app.
Outra novidade é a identificação em tempo real de motoristas e usuários. Uma das maiores questões de segurança é: “entrei mesmo no carro certo?” A Uber vem dispondo em seu aplicativo das informações cada vez mais visíveis sobre o carro e motorista, com a placa em fonte maior.
“Mas e se o carro é o certo, será que este motorista é o que está cadastrado no sistema da empresa?”. Por isso a Uber lança o Liveness detected, a fim de obter Identificação em tempo real. O motorista fará selfie para saber se é ele mesmo quem está dirigindo o carro cadastrado. O usuário terá a certeza de que essa verificação é feita regularmente (pelo menos uma vez por ano) e ainda em caso de registro de alguma situação de quebra de protocolos de segurança. Esse sistema da Uber foi planejado para ser a prova de fraudes nessa identificação, ou seja, exige movimentos e confere distorções, a fim de constatar que quem está tirando a selfie é um rosto real (não criado digitalmente, nem que se trata de uma foto impressa).
Central de Segurança
A central de segurança é o espaço que vai assegurar no aplicativo da Uber a maioria das medidas de segurança adotadas pela empresa. O acesso se dá com um click no símbolo de um escudo na hora de fazer a viagem, no canto direito, parte inferior.
Através da central, é possível acionar o botão de segurança e acionar diretamente a polícia, com informações exatas do local onde você está e o perfil do seu motorista. Além disso, a central também armazena informações e liga para seus contatos de confiança. É mais um recurso que se soma a outros como o compartilhamento em tempo real da sua viagem.
A Uber também anunciou que estuda, por meio de projetos pilotos, programar a central para acompanhar paradas estranhas durante a viagem. Por exemplo, se você pegar um Uber em determinado lugar, sua rota é registrada e passa a ser acompanhada. Mas se acontecer alguma parada mais longa e fora do comum, no meio do caminho, a central da Uber manda mensagem para localizá-lo e saber se está tudo bem. Se não for possível o contato, a central pode acionar as autoridades policiais. Este serviço é o chamado Ride Check, e deverá ser lançado em dezembro.
A central de segurança também comporá um importante banco de dados para que se tenha acesso a históricos e fichas criminais dos colaboradores, contribuir para investigações criminais e facilitar a atuação de seguros (informações mais céleres às seguradoras), no caso de uma batida ou acidente envolvendo carros da Uber.
* Confira na edição de amanhã o lançamento da opção U-Elas e outras novidades de ferramentas de segurança da empresa, anunciadas durante a Uber Destino 2019.