Um protesto de bolivianos fechou a fronteira do Brasil com a Bolívia nas duas pontes que ligam as cidades de Epitaciolândia e Brasileia, no interior do Acre, à Cobija. O grupo não concorda com o resultado da eleição que deu ao presidente Evo Morales o quarto mandato consecutivo.
Apesar de o movimento ser pacífico, como informou a comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar do Acre (PM-AC), major Ana Kássia, policiais acompanham a situação, já que o grupo se encontra em território brasileiro. A comandante afirmou que a Ponte da Amizade e Ponte Wilson Pinheiro estão fechadas desde as 20h de terça-feira, 5, e não tem previsão para serem reabertas.
“Os policiais estão monitorando as manifestações que estão acontecendo nas duas pontes. Os bolivianos foram dispersados pela polícia de choque boliviana, vindo parar no Brasil. São cerca de 200 manifestantes, eles têm um ânimo pacífico. Não há previsão de retirada dos manifestantes das pontes e, tampouco, eles acenam com a possibilidade de se retirarem. O movimento deles não tem previsão para terminar”, afirmou a major.
A Bolívia sofre com protestos contra e a favor de Evo Morales, enquanto uma auditoria comandada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) reconta os votos da eleição presidencial do país.
A missão da OEA, de 30 membros, iniciou no último dia 31 de outubro os trabalhos para verificar os resultados das eleições de 20 de outubro, vencidas por Morales no primeiro turno. O resultado é rejeitado pela oposição boliviana, que denuncia fraude na apuração, o que levou o governo Morales a aceitar a missão da OEA.
Os opositores não exigem mais uma nova contagem de votos, nem um segundo turno entre o presidente e Carlos Mesa. Agora, pedem a anulação da votação e novas eleições gerais (presidenciais e legislativas) “sem Evo Morales”, exigência rejeitada pelo governista de esquerda indígena.
Confrontos na Bolívia
Os protestos continuam na Bolívia, após quase duas semanas das eleições presidenciais. Em La Paz, houve bloqueios a vias, e, em Santa Cruz de la Sierra e Potosí, grupos organizaram greves e paralisações de serviços.
Em alguns casos, ocorreram confrontos entre forças de segurança e manifestantes. Desde o início dos protestos, no dia seguinte às eleições, duas pessoas morreram e 140 ficaram feridas, informou a Defensoria do Povo.