“Herói nacional, que foi um verdadeiro educador, organizador, articulador e comunicador”. É assim que Nilo Diniz define Chico Mendes, seringueiro ativista morto em 1988 em Xapuri, no Acre. Sob o título baseado em uma frase do jornalista Antônio Alves, ex- secretário de Cultura do Acre, Nilo lançou nesta segunda-feira, 4/11, em Brazlândia o livro Chico Mendes: Um grito no ouvido do mundo.
A obra, que está na primeira edição, apresenta um relato histórico sobre os conflitos sociais e ambientais na Amazônia e uma análise detalhada de coberturas de grandes jornais do Rio Janeiro e de São Paulo, em especial a resistência dos povos da floresta.
Em entrevista ao Correio, o escritor disse que o atual cenário político o ajudou a publicar a obra. “A motivação pela publicação agora veio da atual conjuntura política desfavorável para as populações tradicionais, indígenas e extrativistas. É uma reação também a pronunciamentos desinformados de autoridades ambientais atuais, desconsiderando a importância histórica do Chico Mendes”, afirma o autor.
“Desejo com essa pesquisa prestar uma singela contribuição ao público interessado, num momento político do país que nos exige reflexão e ação, orientadas pelo fortalecimento da democracia, da participação social e de uma imprensa livre e responsável”, conta o autor.
Com orgulho, Nilo lembra do personagem que inspirou o livro. “Um homem que lutava pela floresta em pé, pelos seringais dos companheiros do sindicato que presidia, mas depois descobriu de lutava por uma causa nacional e internacional”, declara o escritor.