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Polícia Federal realiza operação contra contrabando de migrantes

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (31) as maiores operações internacionais já realizadas (Estação Brás e Bengal Tiger ), em investigação contra o contrabando de migrantes e a lavagem de dinheiro.

Durante as operações foram cumpridos 8 mandados de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão em três cidades de São Paulo e uma do Rio Grande Sul, bem como o bloqueio judicial de quarenta e duas contas bancárias utilizadas na prática dos crimes, determinados pela Justiça Federal de São Paulo e do Acre. Além dessas medidas, vários taxistas estão sendo intimados para serem ouvidos nas unidades da Polícia Federal em Rio Branco e em Epitaciolândia.

De acordo com as investigações que iniciaram em maio do ano passado, o grupo criminoso providenciava solicitações de refúgio ou o fornecimento de documentos de viagem falsos (passaportes, vistos e cartas de tripulantes marítimos) a migrantes ilegais oriundos de países do Sul da Ásia, em especial: Afeganistão, Bangladesh, Índia, Nepal e Paquistão.

Entenda o caso

Ainda de acordo com a polícia, os migrantes ilegais, de posse de documentos fornecidos pelo grupo criminoso, partiam de seus países por via aérea com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), por onde ingressavam no continente americano. Após serem recebidos pela organização criminosa, seguiam para Rio Branco, de onde atravessavam a fronteira com o Peru e prosseguiam por via terrestre (ônibus, barco, carona e a pé) outros países, até que chegassem a fronteira do México com os EUA.

Os indícios apontam que os contrabandistas identificados em São Paulo centralizavam e detinham o pleno domínio de toda a rota clandestina, por meio do contato com outros associados em todos os países e continentes envolvidos.

Constatou-se, ainda, que os migrantes durante o tempo em que permaneceram em São Paulo, sofriam maus-tratos (cárcere privado, agressões físicas e psicológicas) e que a organização criminosa foi responsável pela migração ilegal de oito migrantes bengaleses que, em junho deste ano, foram sequestrados por cartéis de drogas mexicanos, na cidade de Nuevo Laredo, já na fronteira do México com os Estados Unidos.

Pena

Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de contrabando de migrantes (qualificado pela submissão a condições desumanas e degradantes), lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 3 a 10 anos de prisão, sem prejuízo de responderem por outros crimes que possam ser descobertos ao longo da investigação.

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