Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Polícia pede prisão preventiva de suspeito de matar presidente do PSOL em Xapuri

A Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Francisco da Silva Barroso, suspeito de matar o presidente do PSOL em Xapuri, no interior do Acre, Josemar Conde, de 48 anos. A informação foi confirmada pelo delegado geral da Polícia Civil, Henrique Maciel, na manhã desta sexta-feira, 22.

Conde foi morto com um tiro de espingarda na tarde de quarta-feira, 20, na Reserva Extrativista Chico Mendes, por causa de uma disputa de terras entre a vítima e o suspeito do crime, que era vizinho, afilhado, e primo da vítima.

“Já sabemos quem fez, temos testemunha do fato. O delegado já representou pela prisão preventiva. Com relação às investigações, já estamos bem adiantados quanto a motivação e a circunstância, falta efetuar a prisão do autor para esclarecer melhor, esperamos que ele fale a motivação”, explicou Maciel.

O delegado disse ainda que a dificuldade é devido o crime ter ocorrido em uma área de floresta o que dificulta nas buscas por Barroso, que continua foragido. O local é de difícil acesso e mata densa. A Polícia Civil descartou crime político.

“Aquele fato não é motivação política. Ali, na verdade, é um crime relacionado a questão de terras, disputas até judicialmente por causa de demarcação. Mas, também não tem nada relacionado a fazendeiros, latifundiários. Tanto que se deu dentro de uma reserva extrativista. É um crime por motivo fútil”, explicou.

O enterro de Conde ocorreu na manhã desta sexta, por volta das 10 horas, no cemitério de Xapuri.

Disputa por terra começou em 2016

A mulher de Conde, Elisângela Medeiros, de 35 anos, contou ao G1 que os dois compraram uma área de terras dentro da Reserva em 2013, mas a disputa pela área só começou em 2016, quando o suspeito do crime começou a dizer que a medição estava errada.

Com isso, um processo correu na Justiça e o presidente do PSOL foi condenado a pagar R$ 3 mil ao vizinho, antigo dono das terras, e devolver uma parte do local ao suspeito.

“No final do processo, o juiz decidiu que meu marido devolveria uma parte da terra e ainda R$ 3 mil. Quando foi na segunda [18], o Francisco, que matou meu marido, chamou ele para ir medir a terra, porque o pessoal que faria essa medição não tinha ido. Meu marido, achando que estava tudo bem, como tinha sido tudo acordado na Justiça, disse que iria”, contou.

Elisângela disse que ao longo destes 3 anos a disputa pela terra foi marcada por brigas e ameaças. Inclusive, Conde já teria registrado um boletim de ocorrência contra o suspeito.

“Na discussão, o Francisco entrou em casa e meu marido ficou do lado de fora com o caseiro que foi com ele. O caseiro chamou ele para ir embora, foi quando ele [ o suspeito] abaixou e, por uma brecha, atirou no meio do peito do meu marido com uma espingarda. Ele caiu de joelhos e avisou ao caseiro que estava morrendo”, contou emocionada.

Sair da versão mobile