Depois de um grupo de estudantes do Colégio Acreano realizar um protesto, o governador Gladson Cameli decidiu manter a oferta do ensino médio na escola. O ato ocorreu nesta segunda-feira, 2, em frente ao Palácio Rio Branco.
Segundo nota da Secretaria de Educação (SEE), a decisão de retirada do ensino médio da instituição obedece uma portaria do MEC. Com as mudanças no currículo do ensino médio, não será possível manter as escolas mistas (aquelas com ensino fundamental e médio juntos). A medida deve ser adotada gradativamente até 2020, em todas as escolas mistas.
Mesmo após a decisão do governo, uma nota foi divulgada à imprensa informando de que seria mantida a decisão de retirada.
À reportagem, o coordenador de ensino do Colégio Acreano, Thiago Silva, informou que o secretário de Educação, Mauro Sérgio, confirmou a manutenção do ensino médio na instituição.
“Queremos acreditar que essa nota liberada foi equivocada porque, até então, foi assumido um compromisso de que em 2020 tudo continuaria como está. Ano que vem, a partir de um diálogo, durante todo o ano letivo, iríamos estudar a possibilidade de continuidade ou não”.
A porta-voz do governo, Mirla Miranda, também confirmou a informação. “O que ficou acordado é que, já que a obrigatoriedade do MEC de não manter escolas mistas está para o remanejamento final até 2022, a Secretaria de Educação, com o aval do governador, só começará as matrículas, separando os ensinos, em 2021”.
E acrescentou: “Em 2020 continuará igual, mas agora está determinada a mudança para 2021, impreterivelmente. Lembrando que isso se trata especificamente do Colégio Acreano”.
Impasse
O presidente do grêmio estudantil, João Moura, disse que medida foi “tomada de forma arbitrária” porque não foi discutida com os alunos. “A secretaria, em momento algum, procurou a comunidade escolar para dialogar sobre o porquê estavam tirando o nosso ensino médio que foi conquistado com tanta luta”.
Em contrapartida, em nota, a SEE afirmou que estão sendo realizadas diversas reuniões com as equipes gestoras das escolas envolvidas no processo. “Portanto, não se trata de decisão arbitrária, sem diálogo ou justificativa plausível”.
O impasse entre secretaria e alunos pode continuar, caso haja o mesmo desencontro de informações entre estudantes de outras escolas, que também passarão pelo processo de transição, e a SEE.