As doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti continuam sendo uma ameaça para a população de Rio Branco, segundo os dados do mais recente Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) realizado no mês de novembro pela Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Foi o terceiro realizado este ano e os dados da pesquisa apontam que a cidade está em situação de risco de surto e/ou epidemia de dengue, zika e chikungunya.
Nesta quarta-feira, 11, foi mais uma Dia D da campanha de combate mosquito Aedes aegypti, que está acontecendo em toda a cidade de Rio Branco por determinação da prefeita Socorro Neri que, preocupada com os indicadores, orientou que as equipes de agentes de endemias, coordenadas pela Semsa, intensificassem as ações preventivas para combater o risco, conforme explicou o diretor do Departamento Vigilância em Saúde da Semsa, Félix Araújo da Silva.
“Estamos diariamente reforçando as atividades de conscientização e educação para a população em geral com arrastões nos bairros, pois há infestação em todos. Em todos há situação de risco.”, enfatizou.
Desta vez, o “arrastão” foi no bairro Adalberto Aragão. Na ação, pela manhã bem cedo, os agentes de saúde saem de casa em casa para reforçar as atividades de orientação sobre como se prevenir, a exemplo da equipe coordenada pelo agente de endemias Jairo Ney. “Está todo mundo em campo e vamos em bairros específicos identificados com maior incidência.”, explicou ao ser recebido pelo morador Marco Roberto, segundo o qual o trabalho é necessário. “Ah! É um trabalho excelente que precisa ser feito periodicamente.”, exclamou ele ao comentar que nenhum de seus familiares ou vizinhos foram acometidos pelas doenças.
Infelizmente, contrastando com o que visto na residência do senhor Marco Roberto, do Adalberto Aragão, os que as equipes de saúde tem constatado é a existência de muitos criadouros do mosquito Aedes Aegypti nos quintais pode onde tem passado.
Para se ter uma ideia, de acordo com o Boletim Informativo sobre a dengue, do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Semsa, houve registro de casos suspeitos da doença em todos os bairros da cidade. Até o fechamento do que os profissionais de saúde denominam de Semana Epidemiológica (SE 46/2019), foram pelo menos 4.211 casos notificados/suspeitos, o que significa um aumento de 52% em relação ao mesmo período de 2018, quando o número foi de 2.733 casos.
As análises de laboratório apontam que 65% dos casos notificados tem resultados positivos. O que significa dizer que a maioria dos suspeitos tem diagnóstico confirmado.
O diretor do Departamento Vigilância em Saúde da Semsa, Félix Araújo da Silva, informou ainda que, por semana, há uma média de 20 casos suspeitos de dengue. Número, segundo ele, considerado normal para o para o período de chuvas.
“Temos uma elevação dos dados com relação a 2018 porque em 2019 houve uma epidemia. O grande diferencial desse momento é que está havendo um alto índice de infestação. Então na maioria das casas há a presença do mosquito. Temos a doença, mas ainda dentro do normal e considerando, no estado, a situação de Cruzeiro do Sul e demais municípios é de esperar que com o vírus circulando possa chegar em Rio Branco e com a quantidade de mosquito que nós temos há uma grande risco de termos surto e/ou epidemia de dengue esse ano.”, alertou.
A prevenção é a única arma contra o mosquito
A metodologia da pesquisa utilizada para realizar o levantamento (LIRAa) permite identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada bairro, além de revelar quais os principais tipos de criadouros predominantes. Os resultados reforçam a necessidade da intensificação das ações de prevenção pois apontam que o armazenamento de água no nível do solo (doméstico), como caixa d’água, foi o principal tipo de criadouro do mosquito com 56,7%, seguido por pequenos depósitos móveis com 24,1%, depósito fixo com 2,1%, pneus 7,9% e lixo doméstico, entulhos 9%.
Por isso, alertam os agentes de saúde, que a melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de planta, jarros de flores, garrafas, caixa d’água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.
Em relação à assistência às pessoas acometidas pelos sintomas das doenças, as unidades de saúde da rede municipal estão notificando todos os casos suspeitos de dengue, possibilitando assim a detecção precoce, visando promover tratamento adequado, oportuno, redução da morbidade e, consequentemente, evitar o óbito.