Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o Acre contribuiu 2% do desmatamento na Amazônia em dezembro do ano passado e desflorestou três quilômetros quadrados.
Entre os meses de agosto a dezembro de 2018 e igual período de 2019, o desmatamento cresceu 100%, isto é, dobrou seu ritmo. Foram derrubados 119 km² no período agosto a dezembro 2018 e no ano seguinte, nesse mesmo tempo, 238 km².
Só na Amazônia a área desmatada, em 2018, foi de 1.706km². No ano seguinte, o desflorestamento cresceu 67%. Entre agosto e dezembro de 2019, 2.852 km² de florestas foram derrubados na Amazônia.
Os dados que crescem constantemente preocupam os ambientalistas. Segundo o secretário geral da ONG SOS Amazônia, Miguel Scarcello, se não houver, de fato, políticas públicas para interromper o desmatamento, a tendência é que os números continuem aumentando. Ou melhor, vão se reduzindo o número de árvores.
“É uma tendência muito complicada de controlar. Se não houver, de fato, políticas para potencializar a floresta, e áreas já desmatadas para incrementar uma produção maior, esse avanço será aleatório para grilagem de terras, fazer pastagem e fazer comércio de terras. É um esquema muito pesado e que tem tendência de avançar muito com o desmate nessa abrangência”.
No Acre, de acordo com o ambientalista, as regiões mais afetadas pela prática estão em Feijó e Tarauacá, sobretudo em áreas cortadas por rodovias.
“O que vai impactar com essa tendência pode ser uma perda de riqueza florestal de grande significância e valor econômico alto. Também pode promover uma redução das áreas de preservação permanente. Creio que esse desmatamento não foi autorizado. E isso é gravíssimo”.
Mas qual a causa para o aumento desenfreado do desmatamento? De acordo com Scarcello, a causa vai além da falta de fiscalização.
“As origens vão desde as manifestações públicas favoráveis de dirigentes do governo até o enfraquecimento da fiscalização. Outra coisa que favoreceu é que não houve assistência técnica ou rural para orientar o produtor a não fazer isso, e a fazer o uso das áreas já desmatadas”.