A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) reuniu, na manhã desta quinta-feira, 30, representantes de hospitais, Anvisa, vigilâncias em saúde e epidemiológica, além de gestores das unidades de pronto atendimento das redes pública e privada de Rio Branco para passar orientações sobre o protocolo de atendimento e encaminhamento de eventuais casos suspeitos do novo coronavírus, que causou um surto na China e vem se espalhando por outros países.
A reunião aconteceu no mezanino da Sesacre e foi coordenada por áreas técnicas do Departamento de Vigilância em Saúde e também pela secretária-adjunta da pasta, a médica Paula Mariano. O secretário de Saúde, Alysson Bestene, foi quem fez a abertura do encontro. “Todos nós, enquanto secretários de saúde, vamos estar reunidos com o Ministério da Saúde no próximo dia 6, trabalhando o protocolo que será elaborado a todos os estados e que será aprovado em Comissão Tripartite, pensando justamente nessa parte preventiva e assistencial, o que já vem sendo alinhado com o Ministério da Saúde. Então, esse encontro foi para estender esse alinhamento em cima do que já é trabalhado com a pasta, unindo forças com as principais unidades hospitalares de saúde do estado pelo bem da população acreana”, pontua Bestene.
O objetivo do encontro foi informar às unidades sobre como identificar casos suspeitos de coronavírus, como será o tratamento do paciente e em quais casos uma pessoa deve ser levada para hospitais de referência, que na capital será o pronto-socorro, que já possui quatro áreas de isolamentos. Nas demais regionais, como no Alto Acre e Juruá, a Secretaria de Saúde já vem realizando conversas e deve mandar uma equipe para alinhamento do protocolo de atendimento nos próximos dias.
“Estamos no momento de prevenção, orientação. Não existem casos suspeitos de coronavírus no Acre, mas nossas unidades de saúde estão preparadas para atender, caso precise. Nossa reunião hoje foi justamente para alinhar junto com o Ministério da Saúde, inclusive tivemos ontem uma videoconferência para estarmos sempre alinhados e com as informações corretas. É importante a gente passar para a população quais os cuidados a ter, importante saber como proceder em casos suspeitos. Então, estamos nos reunindo junto com as unidades não só públicas, mas privadas também para ordenar o nosso fluxo e informar a população”, destaca a secretária-adjunta de Saúde, Paula Mariano.
Não há casos confirmados da doença em território brasileiro, mas a situação vem sendo monitorada de perto pelo Ministério da Saúde (MS), que passará a atualizar as informações sobre o coronavírus no Brasil diariamente, por meio de coletivas de imprensa que acontecerão às 16 horas, horário de Brasília. Até o momento, nove casos estão sob investigação no país que se enquadraram na atual definição de caso suspeito para nCoV-2019 (o novo coronavírus), estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Apesar do cenário de alerta global, o Ministério da Saúde reforçou que o Brasil está preparado para atender situações de emergência e que os laboratórios centrais e de referência do Brasil estão aptos para realizar os testes e definir diagnósticos. No Acre, os casos suspeitos de coronavírus que surgirem serão imediatamente notificados à Sesacre, tendo como referência o Laboratório de Saúde Pública (Lacen) para a realização dos exames. É necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus. O diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). É necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus.
Acre fará parte de grupo que monitora coronavírus no Brasil
Uma portaria do Ministério da Saúde publicada no Diário Oficial da União (DOU) nessa quarta-feira, 29, institui um grupo de emergência em saúde pública, com o objetivo de conduzir e monitorar as ações referentes aos casos de coronavírus no país. O grupo atua por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo a Anvisa, a criação do grupo faz parte de um rol de medidas preventivas e de controle adotadas contra o vírus. Entre as medidas, as equipes da vigilância sanitária de todo o país, como as do Acre, receberão orientações sobre sinais e sintomas da doença.
Só considera o caso como suspeito de coronavírus, de acordo com a pasta, paciente que apresentar sintomas de infecção respiratória com febre e tosse, além de ter viajado à China ou tido contato próximo com alguém que esteja com o vírus. A partir disso, a orientação é realizar isolamento do paciente com esse quadro. Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Quais são os sintomas do novo coronavírus?
Os sinais e sintomas clínicos do novo coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias.
Os principais são sintomas são: febre; tosse; dificuldade para respirar.
Como prevenir o novo coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;
– realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
– utilizar lenço descartável para higiene nasal;
– cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
– evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
– higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
– não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
– manter os ambientes bem ventilados;
– evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
– evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
Como é definido um caso suspeito do novo coronavírus?
Com a amplitude da região de risco, toda a China, pessoas vindas desta localidade nos últimos 14 dias e que apresentem febre e sintomas respiratórios podem ser considerados suspeitos.