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Chacina, fuga de detentos e pedido de intervenção federal no Acre

O final de semana foi marcado por sangue em Rio Branco. Na noite de sábado, 18, sete pessoas foram assassinadas. Destas, seis foram mortas em uma chacina dentro de um bar na Rodovia Transacreana. O outro crime ocorreu na região do bairro Vila Acre.

Entre o dia 1º e 19 de janeiro, 30 pessoas foram assassinadas no Acre. A motivação, na maioria dos casos, é a guerra e disputa de território entre facções criminosas.

A onda de roubos, sequestros e mortes no Estado tem sido alvo de críticas por parte de políticos e população em geral. O vereador Emerson Jarude (Sem partido) criou, na noite de domingo, 19, uma petição online pedindo intervenção federal na Segurança Pública do Acre. Em poucas horas, a petição registrou mais de 400 assinaturas.

“Em menos de 10 anos, Rio Branco se tornou uma das capitais mais violentas do Brasil. Por isso, pedimos a sua ajuda para assinar esta petição e encaminhar para o maior número de pessoas possíveis. Precisamos expor a atual situação do Acre e pedir ao presidente Jair Bolsonaro que intervenha por nós o mais rápido possível. Os acreanos pedem intervenção federal na Segurança Pública do Acre, já”, escreveu em sua rede social.

O deputado estadual Roberto Duarte (MDB) também defende a intervenção federal. E afirma que o governador Gladson Cameli precisa assumir que “não dá mais conta de conter a violência e solicitar imediatamente Intervenção Federal na Segurança Pública do Estado do Acre”.

 Fuga de presos do FOC

Na madrugada desta segunda-feira, 20, quase 30 presos do presídio Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco, fizeram um buraco na parede da cela e, com lençóis, fugiram pela muralha do presídio. Ao todo, 26 detentos fugiram, sendo que um foi capturado horas depois.

Além das polícias Militar e Penal, a operação para capturar os foragidos conta com apoio da Polícia Rodoviária Federal do Acre e militares do 4º BIS do Exército Brasileiro. As barreiras policiais foram reforçadas em todo o Estado, inclusive outras foram montadas em Rondônia e o Amazonas. Também está ocorrendo revistas em todos os presídios acreanos.

Em coletiva realizada nesta segunda, o secretário de Justiça e Segurança em exercício, coronel Ricardo Brandão, disse que a fuga está sendo investigada. Porém, ele não descarta que haja ligação com a fuga no Paraguai e com o final de semana de homicídios em Rio Branco.

Mais de 75 detentos da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, fugiram por um túnel neste domingo, 19. Os presos são integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Neste momento, não descartamos nada. Daí o motivo pelo qual todo o aparato da Segurança Pública está mobilizado”, disse.

Segurança cria gabinete de crise

O coronel anunciou, ainda, que será criado um gabinete para gerenciar os casos de violência e as operações que estão sendo realizadas para combater a criminalidade no estado. “Estamos aqui para fazer o que for preciso, e vamos fazer. Esse não é um problema do atual governo”.

Com relação ao pedido de intervenção federal, o coronel afirma que estão politizando a situação. Ele recorda que o governador Gladson Cameli já se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro a fim de encontrar uma solução para o problema das fronteiras abertas e sem fiscalização.

“Mais uma vez o governador vai oficializar junto à União nesse sentido. Não é através da intervenção federal, mas do apoio do governo através dessas instituições. A segurança assume a sua cota de responsabilidade naquilo que lhe compete. Não vamos recuar diante de nenhuma intervenção”, disse, ao acrescentar que essa será a terceira vez que o governo pede apoio do Governo Federal.

 “Toque de recolher”

Após a coletiva de imprensa, começou a circular nas redes sociais áudios e mensagens de supostos integrantes de facções criminosas. Em uma das mensagens, assinada pelo Comando Vermelho, os criminosos afirmam que “a partir das 19h a guerra começa”.

“Estamos passando pra avisa [sic] a todos os moradores de Rio Branco. Não saia de suas casas hoje, a guerra começou não somos de matar inocente. Quem vem de ônibus muito cuidado.  Rio branco vai ficar pequena no dia de hoje, por isso estamos dando toque de recolher a todos para que inocente não morram mais nessa guerra. Bala neles”.

Em nota, a Secretaria de Segurança pediu a colaboração da população para desconstruir as informações repassadas nas redes sociais e afirmou: “Não existe essa possibilidade e as forças de segurança estão nas ruas para resguardar a população”.

 

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