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Dona do Manto Verde e Segurança desmentem arrastão relatado por pré-candidato a prefeito

Uma polêmica tomou conta dos sites de notícias após o jornalista e pré-candidato à Prefeitura de Rio Branco, Rogério Wenceslau, afirmar que foi vítima de um arrastão em frente ao restaurante Manto Verde, na Estrada do Amapá. O caso ocorreu na manhã deste domingo, 26.

O jornalista gravou um vídeo em que aparece dentro do carro com sua esposa em frente à Delegacia de Flagrantes, em Rio Branco. Ele conta que foi até o restaurante participar de um encontro de fotógrafos.

Ao se dirigir à frente do estabelecimento para registrar algumas imagens, dois homens em uma moto anunciaram o assalto. “Fui fazer a última imagem, na fachada do local para ir embora. Parei, desci do carro, e tinham algumas pessoas, ciclistas e outras pessoas. Passaram dois homens, viram aquela aglomeração, já armados e saíram em arrastão”.

Segundo o relato de Wenceslau, os criminosos roubaram seu celular e um estabilizador de vídeo. “Levaram meu celular ainda funcionando. Eu fui vítima dessa violência, o que não é novidade para ninguém. Infelizmente, a possibilidade de eu ter meu celular recuperado é muito, mas muito remota. A gente vem na delegacia desacreditado, o que não é culpa dos agentes”.

Ainda de acordo com o jornalista, o prejuízo não foi maior porque sua esposa percebeu a movimentação dos criminosos, trancou o carro e se escondeu. “Se eles tivessem visto o carro aberto, com a chave na ignição, com tudo dentro do carro, hoje eu poderia estar procurando minha esposa, que poderia ser sequestrada ou morta”.

Wenceslau afirmou, ainda, que várias outras pessoas foram vítimas do arrastão. “Várias pessoas mandaram mensagens no celular da minha esposa, já que o meu eles levaram, dizendo que também foram vítimas”.

Por fim, o jornalista, que foi porta-voz do governador Gladson Cameli, fez duras críticas à atual gestão, sobretudo, com relação à falta de segurança no Estado. “As pessoas que se propuseram a resolver o problema da falta de Segurança Pública fracassaram completamente, não só como gestores, mas como pessoas. Eles não vêm a público dizer que fracassaram e reconhecer isso. Não é mais tolerável que as facções dominem Rio Branco”.

E destaca: “O governo do Acre está omisso! O vice-governador, que foi escolhido para cuidar da Segurança Pública, ninguém vê. Só vive viajando e ganhando gordas diárias. A única hora que ele vem a público é quando ele faz as suas articulações políticas”.

 Dona do restaurante nega arrastão: “fake news

Depois de muita polêmica, uma das proprietárias do restaurante, Kamila Montovanelli gravou um vídeo negando que houve arrastão dentro do restaurante. Ela considerou o relato do jornalista como ‘fake news’ e disse que teve prejuízo por conta da notícia.

“Ficamos sabendo disso por meio de amigos que ligaram e pelas redes sociais. Tivemos um prejuízo muito grande, porque as pessoas deixaram de vir até aqui por medo. Em momento algum, alguém que disse que foi vítima ou nos procurou”.

De fato, em nenhum momento, Wenceslau disse que o arrastão ocorreu dentro do estabelecimento, mas sim na Estrada do Amapá, em frente à entrada do restaurante. Segundo Kamila, a polícia foi acionada e está acompanhando o caso.

“Infelizmente, ainda não estamos sabendo lidar com essa situação. Temos seguranças aqui. Não aconteceu nada aqui dentro do restaurante Manto Verde. Peço que não espalhem essa notícia porque estamos trabalhando junto com a Segurança para resolver esse problema”.

Kamila Montovanelli

 Polícia registra apenas 1 ocorrência

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e Justiça (Sejusp) esclareceu que houve apenas um registro da ocorrência, que foi feito pela esposa do jornalista, na Defla. Ninguém testemunhou e/ou viu a ação dos criminosos. Os vizinhos não souberam informar nada sobre o arrastão, conforme o texto divulgado.

“Causa estranheza que tal ocorrência tenha apenas uma vítima e que esta sequer chegou a ligar para o número 190. Não houve registro formal do fato por outras pessoas, nem como vítima, nem como testemunha”.

A Sejusp vai solicitar um delegado de Polícia Civil para apurar os fatos e dar uma resposta às vítimas e à sociedade. “Vale ressaltar que para uma ocorrência ser caracterizada como arrastão é comum as vítimas registrarem o ocorrido, o que não aconteceu. Em casos desta natureza, o Ciosp deveria receber inúmeras ligações, o que não ocorreu”.

A reportagem tentou falar com o jornalista após o posicionamento da empresária e da polícia, mas até o fechamento desta edição não obteve êxito. Ele, de fato, se encontrava sem celular.

 

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