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Policias penais protestam, são recebidos pelo governo, mas não descartam parar atividades nos presídios

Por volta das 9h desta quinta-feira, 16, um grupo de policias penais interditaram a Avenida Getúlio Vargas em protesto, em Rio Branco. O ato causou engarrafamento e reclamações por parte dos motoristas.

Entre as reivindicações estão permanência de escala de trabalho 24hx27h, pagamento de prêmios e promoções atrasados, isonomia, fim das imposições administrativas, subsidio, volta de policiais penais cedidos para outras secretarias e a realização de um concurso público.

Durante o protesto representantes do Governo do Estado marcaram uma reunião com a categoria e o vice-governador, Wherles Rocha, para a tarde desta quinta.

O presidente da Associação da Polícia Penal, Éden Azevedo, ficou animado com o interesse do governo em negociar, mas afirmou que se as pautas da categoria não forem atendidas, os serviços dos policiais dentro dos presídios devem parar.

“Se não formos recebidos ou atendidos, o próximo protesto será nos presídios. O primeiro passo é tirar o banco de horas, ou seja, praticamente o serviço para dentro dos presídios”, disse.

Policiais estão sobrecarregados

Hoje, cerca de 1,2 mil policiais penais atendem mais de seis mil presos em todo o Acre. A partir do dia 20 deste mês, as atribuições dos profissionais serão ampliadas e os policiais vão atuar na guarda e na segurança das instalações penitenciárias.

Em entrevista ao jornalista Saimo Martins, o diretor-presidente do Iapen, Lucas Gomes, disse que o movimento da categoria é legítimo. Ele explica que a categoria está sobrecarregada. A situação piorou após a aprovação da PEC da Polícia Penal.

“Grandes poderes geram grandes responsabilidades, essa manifestação se gerou inicialmente após a saída da Polícia Militar dos presídios, o que em tese sobrecarregaria o serviço do policial penal, a gente sabe que com a aprovação da emenda constitucional, a permanência da PM é inconstitucional”.

A realização de concurso público com vagas para o Iapen Acre. O edital deve trazer vagas para o ensino médio e superior. Porém, mesmo com a realização de um concurso, o problema demoraria a ser revolvido. É o que conta o diretor.

“O que devemos fazer hoje é usar os recursos que a gente temos, mesmo com a abertura de um concurso, isso demoraria em média um ano e meio até a convocação, portanto, estamos convocando os policiais que se encontram cedidos há órgãos do governo, para que a gente possa fazer um incremento operacional nos presídios onde temos maior necessidade, como é o caso da FOC em Rio Branco”.

 Papudinha será desativada

Com a saída dos policias militares das unidades prisionais do Acre e a sobrecarga da polícia penal, a Unidade Prisional 4, conhecida como “Papudinha”, deve ser fechada, de acordo com o Iapen.

Os 160 detentos da unidade estão sendo transferidos. Do total, nove serão encaminhados para o presídio de Senador Guiomard e os outros vão ser transferidos para o presídio Francisco D’Oliveira Conde (FOC).

Conforme informou o órgão, as transferências começaram há duas semanas e devem encerrar, no máximo, nesta sexta-feira, 17.

 

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