O comandante da Polícia Militar do Acre (PMAC), o coronel Ulysses Araújo, concedeu entrevista ao Programa Top de Linha, neste sábado, 11, na Rádio A Gazeta. A apresentação do programa ficou por conta do ex-deputado estadual Heitor Júnior.
O primeiro tema abordado foi a Operação Fecha Fronteiras, que começou no dia 3 de janeiro, com barreiras policiais em diversos pontos da capital acreana e municípios do interior.
Segundo o comandante, em oito dias de abordagens, o número de roubo de carros diminuiu 56% no estado. O índice de recuperação de veículos é de 86%.
“A finalidade dessa operação é para cortar esse fluxo de roubos. Essas barreiras às vezes causam alguns transtornos de fluxo, as pessoas ficam chateadas por que o fluxo ficou devagar, mas isso também é estratégia. Quando o fluxo fica lento, dificulta o bandido roubar e sair muito rápido do local. Tudo é uma estratégia. Então, peço a compreensão da população”.
Questionado sobre o efetivo de policiais militares, o coronel afirma que ainda não é suficiente para atender toda a demanda do estado. O número ideal de policiais seria 4.736 policiais, mas a PMAC conta apenas com 2500, isso já contando com os alunos soldados que estão concluindo o curso de formação.
“Temos necessidade de efetivo sim. Nos esbarramos na lei de responsabilidade fiscal, mas esperamos superar isso por que a necessidade existe”.
Apoio federal
Sobre a parceria entre Governo do Estado e Governo Federal, o coronel é direto ao dizer que o Acre está desassistido, sobretudo com relação à segurança nas fronteiras.
“As forças armadas têm que vir para o combate, ajudar na segurança pública. O Exército tem um efetivo de 200 mil homens em todo o Brasil, na Amazônia são 20 mil homens. Eles precisam ajudar a polícia, não na atividade de polícia urbana, mas na fronteira. A lei prevê que as fronteiras são de responsabilidades dele. Isso já virou soberania”.
E questiona: “A Força Nacional está aqui, mas infelizmente a gente não vê resultado positivo. Hoje, por exemplo, quando o órgão federal pergunta se eu quero apoio deles, eu não faço questão porque é cheio de ‘mi mi mi’. Hoje, temos 60 policiais da força nacional, mas onde eles estão? Quantas ações realizaram? Quantas apreensões?”.
Eleições 2020
Por fim, Heitor Júnior questionou o coronel sobre suas possíveis intenções políticas, já que nas últimas eleições ele foi candidato ao governo do Estado. Ulysses, por sua vez, descartou a possibilidade ao dizer:
“Estamos tentando não envolver política com a questão da segurança. Preferimos deixar um pouco de lado a política e focar no combate a criminalidade. Hoje, a minha missão é trazer de volta a paz e segurança que a população tanto almeja”.