Quem circula pelas principais vias da capital acreana já deve ter passado por “barreiras de segurança” criadas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sejusp). A ação faz parte da Operação Fronteira, que começou no dia 3 de janeiro.
Cones e grades simulam uma barreira em zigue-zague enquanto policiais militares, supostamente, realizam abordagens e fiscalização. Há quatro dias, a reportagem circula por duas das principais barreiras, localizadas na parte alta da cidade. Porém, assim como a maioria dos motoristas, a reportagem não foi parada em nenhuma circunstância.
Pelo contrário, a cena que a maioria dos motoristas presenciam são policiais sentados, debaixo de uma tenda instalada pela secretaria.
Prova de que a operação não tem surtido muito efeito são os crimes registrados na noite de segunda-feira, 6. Dois criminosos tentaram invadir a Upa da Cidade do Povo para assassinar um rival, supostamente de outra facção criminosa, que estaria internado na unidade.
Segundo divulgado pela imprensa local, a polícia chegou no local 30 minutos após ser acionada. Os criminosos fugiram antes mesmo da chegada dos policiais.
Na mesma noite, bandidos tentaram roubar uma moto na Avenida Amadeo Barbosa, próximo a uma das barreiras da Operação Fecha fronteira. Os criminosos chegaram a atirar contra o proprietário da moto, que conseguiu fugir sem ferimentos.
Há informações de que os policiais que estavam trabalhando na barreira de segurança não puderam deixar o local para auxiliar a vítima.
Pouco tempo depois, na mesma avenida, outra pessoa foi abordada por bandidos. A dupla que trafegava em uma moto roubou a outra moto da vítima, e saiu em fuga. Ninguém foi preso até o momento.
A reportagem falou, por telefone, com comandante da Polícia Militar, o coronel Ulysses Araújo. Ele afirmou que só vai falar sobre o assunto na manhã desta quarta-feira, 8, durante coletiva de imprensa, que está marcada para as 11h. O balanço dos sete primeiros dias de operação deve ser divulgado durante a coletiva.