Após pedido do Ministério Público, a Justiça do Acre determinou que o inquérito sobre a morte da jovem Maicline Borges, em janeiro do ano passado, volte para a Delegacia de Polícia Civil e que seja feita a reconstituição do acidente. A Justiça também quer saber o motivo das motos aquáticas, usadas no acidente, não terem sido apreendidas pela polícia.
A Polícia Civil informou que o caso já foi concluído e encaminhado ao Judiciário. Alegou que o que ocorreu é que estava prevista uma reconstituição do caso, mas, devido o nível das águas do Rio Acre estar baixo, a perícia explicou que não seria possível realizar a reconstituição. Mesmo assim, o inquérito foi concluído, encaminhado, e depois o Ministério Público pediu a reconstituição, que já foi realizada e o processo já encaminhado ao Judiciário.
A jovem morreu após ter a perna arrancada durante um acidente entre duas motos aquáticas na região da Quarta Ponte, no Rio Acre, em Rio Branco. O inquérito do caso foi concluído em abril do ano passado e indiciou o médico Eduardo Velloso por homicídio culposo e lesão corporal.
O advogado de Velloso, Arquileu Melo, disse que tem conhecimento da decisão da Justiça e que aguarda as novas determinações do desenrolar do caso.
“Sabemos que o MP pediu essa reconstituição e estamos esperando que aconteça. Estamos acompanhando a desenvoltura disso para que a gente possa se manifestar. Esperamos que seja ratificada a conclusão anterior de que se trata de homicídio culposo, que o acusado não quis esse resultado ou morte de ninguém”, afirmou Melo.
Na decisão, o juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar da Comarca de Rio Branco, deferiu o pedido de reprodução simulada do acidente para entender a “verdade real” a partir dos vestígios deixados pelo crime e pela comparação das versões apresentadas pelos envolvidos.
O magistrado devolveu o inquérito à Delegacia da 3ª Regional por um prazo de seis meses para que seja feita a reconstituição entre os meses de dezembro e março, que, segundo o MP-AC, é o período “mais adequado”.
Em um relatório enviado à Justiça pelo MP-AC, o órgão questiona ainda o fato de as motos aquáticas envolvidas no acidente não terem sido apreendidas na época.
Inquérito concluído
O médico Eduardo Velloso foi indiciado pela Polícia Civil do Acre por homicídio culposo e lesão corporal pela morte de Maicline.
Na época, o delegado responsável pelo caso, Karlesso Néspoli, explicou que indiciou apenas o médico pelo crime, porque, segundo ele, foi o médico quem bateu na moto aquática do empresário Otávio Costa, que estava com a vítima, e não o contrário. (Do G1 AC)