Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Para tentar reduzir violência, Segurança Pública quer transferir detentos do AC para presídios federais

Para tentar reduzir violência, Segurança Pública quer transferir detentos do AC para presídios federais

Doze presos foram transferidos na sexta-feira, 26 /Foto: Gleilson Miranda/Secom

Para tentar reduzir violência, Segurança Pública quer transferir detentos do AC para presídios federais
FOTO/ALINE VIEIRA

Para tentar reduzir a violência, a Secretaria de Segurança Pública do Acre estuda transferir 15 detentos para presídios de segurança máxima de outros estados. A informação foi confirmada pelo diretor-presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), Lucas Gomes, à Rede Amazônica Acre.

Os detentos são considerados de alta periculosidade e exercem lideranças dentro das organizações criminosa instaladas no Acre. Eles estão detidos no Complexo Prisional Francisco d’Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco.

A população acreana passou a sofrer novamente com a onda de violência em 2020. O mês de janeiro foi marcado com duas fugas, sendo uma em massa, com a saída de 26 presos no FOC, e uma série de mortes violentas, inclusive, com uma chacina registrada na zona rural de Rio Branco, assaltos, furtos e diversos outros crimes.

Apenas em janeiro, quase 50 pessoas perderam a vida de forma violenta no estado acreano. A motivação, na maioria dos homicídios, é a guerra de facções por domínio de território.

No último dia 9, o governador do Acre, Gladson Cameli, se reuniu a portas fechadas com a cúpula de Segurança Pública do estado, representantes do Ministério Público (MP-AC), órgãos federais, prefeituras municipais, secretarias, Exército Brasileiro, Ministério da Justiça e Assembleia Legislativa (Aleac) para debater estratégias contra a crescente violência no Acre.

“As famílias estão com medo mesmo, perguntam: ‘governador, o que o senhor está esperando?’ Não posso criar o terror, tenho que ter o bom senso, mas tudo tem limite. As polícias vão ter toda segurança jurídica, foi o que falei para eles. Não podemos ficar calados e de braços cruzados para os problemas que estão aí”, pontuou o gestor no encontro.

Transferência

Para tentar reduzir violência, Segurança Pública quer transferir detentos do AC para presídios federais

O Iapen-AC afirmou que a ideia é que esses detentos sejam transferidos ainda no primeiro semestre deste ano. Porém, o planejamento depende da autorização dos juízes das Varas de Execuções Penais dos outros estados.

“Está em fase de estudo. Não envolve somente o sistema penitenciário acreano, mas o sistema federal. Tem que se ter também um aceite de um juiz federal, assim como autorização da Vara de Execução Penais”, relembrou Gomes.

Em 2016, o Acre também usou a tática de transferência de presos para reduzir a violência. A medida foi tomada após uma série de ataques a prédios públicos, casas de servidores públicos, execuções, e uma rebelião no FOC.

Na época, foram enviados 12 presos do Acre para o presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte. No ano seguinte, em 2017, a Segurança Pública transferiu mais 15 líderes de facções criminosas também para Mossoró.

O diretor do Iapen-AC reafirmou que o principal objetivo da transferência desses presos é desarticular as organizações criminosas no Acre.

“Geralmente, são transferidos para esses locais figuras que possuem certa liderança nas organizações criminosas e ordenam o cometimento de crimes nas ruas”, afirmou.

Crise na Segurança

Em coletiva, no último dia 27, o secretário Paulo César confessou que a atual crise na Segurança Pública se deu após alguns fatos registrados no mês de janeiro, entre eles: mortes violentas no estado, chacina na Transacreana, acidente com o helicóptero do Ciopaer e fugas no FOC.

“Tivemos algumas estratégias estabelecidas em novembro e dezembro do ano passado, que garantiram a redução no número de roubo de veículos. Temos uma série de ações, barreiras em todo o estado, investigações deflagradas para todos esses episódios e equipes de capturas das polícias em operação diariamente para prender os foragidos do FOC e quem comete crimes”, finalizou. (G1/Acre)

Sair da versão mobile