O Acre fechou o mês de janeiro com 47 homicídios registrados. Ano passado, no mesmo período, foram registrados 32 assassinatos no estado. O aumento é de mais de 46%, se comparado os dois períodos.
Só entre quinta-feira, 30, e sexta-feira, 31, sete pessoas foram assassinadas. Os crimes ocorreram nos bairros Mocinha Magalhães, calafate, Belo Jardim, santa Inês e na zona rural de Rio Branco. Todas as mortes tinham características de execução.
No primeiro caso, Thalisson Jordam Silva Fortes, de 19 anos, monitorado por tornozeleira eletrônica, foi morto com seis tiros em uma área de mata. Ele caminhava pela rua quando foi alvejado, mas mesmo ferido conseguiu correr e caiu ao lado de um bueiro.
Francisco das Chagas Viana da Silva, de 20 anos, foi morto com um tiro na cabeça após trocar tiro com a polícia, no Ramal do Ipê, bairro Calafate. Ele e outra pessoa roubaram uma moto, mas a polícia foi acionada e iniciou a perseguição. Ao perceber que não conseguiria fugir, Francisco efetuou um disparo contra a polícia, que revidou e o acertou em cheio.
A terceira morte ocorreu no bairro Belo Jardim. Francisco Érico Rodrigues Barroso, de 44 anos, foi morto a golpes de faca e tiros. Ele teve sua casa invadida e foi torturado antes de ser executado.
Na zona rural, na Estrada de Boca do Acre, dois homens foram sequestrados e assassinados. Janilton Fosenca e Amós da Silva chegaram a ser abordados antes do crime e questionados se pertenciam a alguma facção criminosa. Pouco tempo depois, enquanto aguardavam o ônibus para voltar a Rio Branco com a sua avó, eles foram abordados mais uma vez.
Os criminosos deixaram a idosa sendo monitorada por um membro da facção em uma varanda, e em seguida, no quintal da casa começaram a desferir vários golpes de foice e faca em Janilton e Amós. As vítimas também foram alvejas com tiros.
Já na madrugada de sexta, dois homens, que não tiveram suas identidades reveladas, foram executados a tiros no bairro Santa Inês. Eles foram atingidos com tiros na cabeça e nas costas.
Segundo informações da polícia, os dois homens estavam com perfurações de tiros na cabeça e nas costas.
O último caso registrado em janeiro ocorreu na noite de sexta-feira, 31. Um morador de rua, ainda não identificado, foi morto com uma facada no peito na Avenida Getúlio Vargas, em frente ao Memorial dos Autonomistas. A vítima teria furtado um capacete que ficava sobre os cuidados de um flanelinha.
Todos os casos estão sendo investigados dos Agentes de Polícia Civil da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Cadê as barreiras da Operação Fronteira?
Quem costuma circular pelos principais pontos da cidade já percebeu que algumas barreiras, montadas pela Operação Fecha Fronteiras, foram retiradas de alguns locais. A operação começou no dia 3 de janeiro com o objetivo de conter a ação das facções criminosas e crimes como assaltos, sequestros, roubos, dentre outros. Ao todo, 11 barreiras foram montadas em pontos estratégicos de Rio Branco e também nas fronteiras do Acre com estados e países vizinhos.
Mas para onde foram as barreiras? À reportagem, o comandante da Polícia Militar do Acre, o coronel Ulysses Araújo, explicou que as barreiras foram realocadas para bairros com maiores índices de violência como, por exemplo, a Cidade do Povo.