A reunião emergencial convocada pelo governador Gladson Cameli foi o assunto mais comentado dos últimos dias. O encontro ocorreu neste domingo, 9. Participaram da reunião parlamentares federais, estaduais e municipais, e chefes dos demais poderes, além de representantes do Ministério Público.
O objetivo da reunião, conforme amplamente divulgado pela assessoria do governo, era buscar alternativas conjuntas para enfrentar o problema de violência no estado. A expectativa era de que durante a reunião fossem elaboradas estratégias e ações concretas, mas não foi bem assim.
O resultado do encontro foi a elaboração da ‘Carta Acre pela Vida – Um Pacto pela Cultura de Paz’, que deve ser entregue nesta segunda-feira, 11, ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Em nota, a porta-voz do governo, Mirla Miranda, informou que os participantes da reunião “manifestaram seu firme compromisso na defesa, adoção e implementação de ações, cada qual nas suas esferas de atuação”.
Mas quais seriam essas ações? Segundo a nota, a ideia é criar “um arco estruturante que envolve o apoio do governo federal para viabilizar investimentos nas forças de segurança e a defesa da União, direcionando-as para assegurar maior presença no Estado”.
Outros quatro pontos foram citados na carta, são eles: assunção da responsabilidade central da União no combate ao crime organizado; implementação de programas do Ministério da Justiça e Segurança Pública de fiscalização e controle de fronteira, com as suas Bases Integradas; viabilizar recursos para a implementação de um amplo programa social, focado em educação, saúde, esporte, cultura e lazer para os jovens residentes em áreas vulneráveis socialmente; apoiar a implementação de um programa de remodelação dos serviços nos presídios e sistema socioeducativo do Acre, e outras ações estratégicas que carecem de sigilo.
Em outras palavras, todos os pontos citados no documento são comentados desde o início da gestão de Gladson Cameli, bem como o insistente pedido de auxílio do governo federal.
Vale ressaltar que Gladson Cameli esteve, no último dia 4 de fevereiro, no gabinete de Sérgio Moro, solicitando a presença de homens do Exército Brasileiro para aumentar a fiscalização das fronteiras acreanas, inclusive nas ruas de Rio Branco e outros municípios. Mas até o momento não houve respostas, ou pelo menos nada foi divulgado. Então, qual seria o resultado de uma carta assinada por diversas autoridades?
Enquanto nenhuma medida efetiva é tomada, o número de assassinatos, roubos e sequestros continua a crescer no Acre.