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Não permita ser paralisado pela decepção

Olá! Tudo bem?

Neste momento estou refletindo sobre as decepções da vida. Admito que vivi algumas, posso também ter causado, e que enquanto vida eu tiver, poderei vivenciar, sim, todos nós. Hoje eu posso afirmar, que apesar de ser dolorosa, as decepções podem trazer adoecimento, mas também, associado a este, ela quer nos ensinar, e isso é muito importante ao crescimento biopsicossocial e espiritual.

Eu acredito que nada acontece por acaso.

Tudo ou todo o sofrimento acontece para nos alertar, fazer crescer, nos transformar, restaurar, mudar, vem para nos tornar diferentes, capacitando-nos com o objetivo de nos tornar pessoas melhores, maduras, experientes, mais humanas e sábias.

No entanto, para que toda esse crescimento venha acontecer, precisaremos perceber que ao enfrentarmos uma decepção, estaremos vivenciando um processo cuja vitória dependerá de nós, ou seja, dependerá de nossa ‘atitude’ diante da dor, sim, da nossa postura diante da vida, ou enfrentaremos ou permitiremos que o medo nos paralise, nos domine e consequentemente nos desanime.

Mas, me diz uma coisa, tem enfrentado ou já enfrentou alguma decepção? Está magoado, triste, angustiado, desacreditando de tudo e de todos, inclusive de você?

Primeiro, deixe-me dizer uma coisa: são normais estes sentimentos, nós somos humanos. E aqui pra nós, outras decepções poderão acontecer enquanto vivermos  interagindo em sociedade. Pessoas nos decepcionarão, e nós, os decepcionaremos também. Estaremos sempre sujeito a este triste sentimento que tanto nos causa mal estar, ansiedade, podendo inclusive levar a depressão.

Pensei em três exemplos para refletirmos juntos e analisarmos também.

Meu amigo, minha amiga, já esperou muito uma promoção no trabalho? E tudo indicava pra você aquele cargo, justamente pelo seu tempo e dedicação ao trabalho, sua habilidade, comprometimento e competência demonstrada. Daí, sem você esperar, afinal, criou uma expectativa, na hora H, a tão sonhada e desejada promoção foi para uma outra pessoa, que provavelmente não tinha as mesmas qualificações e tempo dedicado de serviço. E ai, você se abate por que dói na alma, no próprio corpo, a tristeza se tornar visível em seu olhar, em seu semblante, sim, a decepção invade a sua alma, a desmotivação toma conta.

Já planejou um casamento, casa pronta, contratou buffet, comprou o mais lindo vestido, caprichou na melhor decoração e tudo mais que abrilhantaria o seu dia tão especial, e logo nas vésperas, ou no dia, tudo acabou!!!?? A noiva ou o noivo simplesmente desistiu! Criou coragem no final do segundo tempo e disse que não dava mais pra continuar com tudo aquilo, que você não merecia, mais que não estava disposto a continuar procrastinando a infelicidade. Quanta decepção!

O nosso dia a dia está cheio de vários tipos de decepções.  Deixe-me citar apenas mais um, certa vez, ouvi atenciosamente a seguinte queixa: Sabe Claudia, eu me casei com a pessoa que amava, fiz tudo que eu tinha direito. Meu casamento foi lindo! Oficializamos a nossa união, festejamos, tudo como manda o figurino. E de lá pra cá, nós não nos entendemos, na verdade, eu preciso admitir que mesmo antes de casar, nós sempre tivemos muitos problemas, pois eu não aceitava alguns comportamentos dele, lamentavelmente, ele não larga a vida de solteiro. Mesmo casado, continua me decepcionando. Para ele é tudo normal, para mim, a dor só aumenta. Ele permanece fazendo o que sempre fez, e com os mesmos amigos de copo e farreando. Eu o espero sempre, mas ele não tem tempo pra mim, e nem para os nossos filhos, afinal, seus amigos são insubstituíveis, muito mais importante que nós, a sua família.  Que decepção Claudia! E o pior é que eu não fui enganada, meus pais e quem o conhecia me avisaram, eu simplesmente acreditei que conseguiria muda-lo, e aqui estou eu, sofrendo, pois sempre chega com uma novidade que contribui ainda mais para o crescimento de minhas decepções. As vezes sinto vergonha de mim, da atitude tomada por não ter dado ouvido a todos aqueles que verdadeiramente me querem bem, me amam, os meus familiares. Sinceramente, eu não tenho cara para encara-los, nem tão pouco reclamar da situação, dos meus problemas, da minha dor, de minha decepção, afinal, eles já haviam me avisado.

O problema é que a decepção não vem de um inimigo, mas de pessoas que temos carinho, apreço, consideração, amor, é por isso que dói tanto!

Mas não podemos ficar paralisados diante da dor, diante da decepção! Temos de ter corajosamente uma atitude firme e assertiva ao ser confrontado com os fatos dolorosos da vida. Temos de continuar, mesmo sentindo a mais profunda dor, não podemos parar, nem tão pouco desistir de lutar e viver. Diante disso, e por mais difícil que seja, eu convido você a encontrar e extrair dessa dor o aprendizado.  Como assim Claudia?

No primeiro caso, onde o casamento acabou na porta da igreja, eu pergunto: Será que a pessoa durante o relacionamento, já não dava sinais em seu comportamento, que não estava disposto ou preparado, para um compromisso mais sério? As vezes percebemos e não admitimos, ou por estar apaixonado demais e não querer perder, ou as vezes por capricho, ou seja, eu quero, eu vou mostrar a todos que conseguirei casar e muda-lo. Que risco! Olha só, precisamos aprender a ser sinceros conosco por mais doloroso que seja, evite um mal maior. É perigoso insistir! Quando se trata de sentimento, é preciso que este flua de ambas as partes e na mesma intensidade. Não podemos brincar com os sentimentos de ninguém, inclusive com o nosso. Aceite a realidade. Chega de se enganar! Evite decepções que neste caso, pode ser evitada se olharmos para a forma que a realidade apresenta os fatos.

Esteja atento! Como diz o ditado popular “ Nem tudo que reluz é ouro”. Observe se realmente existe amor de ambas as partes, e se estão dispostos a compartilharem um projeto de vida em comum. Não force! Tudo precisa vir e permanecer livre. Mas não feche os olhos para a realidade, aceite-a!

E quanto a você que sonhou tanto com uma promoção no trabalho? Tanto empenho,  dedicação, quanto desejo e sonho envolvido! Mas quem disse que ela não virá? Vai acontecer! Mas faz o seguinte: não cria expectativas! Acredito que esta foi uma lição, dolorosa, mas que não deixa de ser uma lição, algo que você precisava aprender nesse momento de sua vida! Quando criamos expectativa e nada acontece, corremos o risco de adoecer, nos deprimimos, ficamos pra baixo, desmotivado. Olha só, o que acha de mudar o pensamento, algumas formas de agir, e deixar tudo acontecer naturalmente? Sim, para tudo nesta vida existe a hora e um tempo certo, acredite! Enquanto isso, continue trabalhando cumprindo com a sua responsabilidade, fazendo aquilo que realmente faz parte de sua função, mas por favor, sem expectativas.

Quanto a terceira experiência, a pessoa não casou enganada, sabia, percebia e foi advertida, aconselhada. Se pensou que seria capaz de mudar o outro, aprendeu dolorosamente que ninguém muda ninguém.

A decepção já era esperada, de certa forma a pessoa já sentia isso, não existia segurança, confiança, a areia era movediça, e a voz interior avisava o tempo todo, sem contar com as pessoas e toda torcida do time preferido. Precisamos aprender a importância de ouvir o outro, principalmente quando este outro anseia e deseja o nosso bem. Então, quando estiver ao seu alcance evitar decepções, faça! Bastam as decepções que serão inevitáveis em nossa vida.

Mas mesmo diante das decepções inevitáveis, não desista, não desanime! Enfrente-as!

E por favor, não espere perfeição de seres humanos tão imperfeitos quanto você.

E nunca esqueça que você é capaz de superar, sim, de vencer as decepções e as dores por ela provocadas, assim como crescer na grandeza da complexidade humana.

Um grande abraço!

Fica com Deus.

(*) Claudia Correia de Melo Torres é psicoterapeuta de adolescentes, adulto e de casal. Escritora. Palestrante. Faz atendimento online e presencial para você e sua família. Skype: claudiacorreiamt (82) 99641-5787.

 

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