Hoje, cerca de 68 imigrantes venezuelanos estão vivendo em um prédio abandonado, que já está condenado pela Defesa Civil, no Bairro da Base, em Rio Branco. Entre os imigrantes estão duas mulheres, uma grávida e a outra de resguardo.
Os imigrantes têm recebido apoio do grupo Cáritas e o Conselho Indigenista Misssionário (CIMI), ambos da Diocese de Rio Branco. Campanhas para arrecadação de roupas e alimentos já reuniram centenas de doações.
A situação mais delicada é de duas mulheres. Uma está grávida de quatro meses e a outra deu à luz recentemente. Por isso, a Diocese de Rio Branco está arrecadando fraldas (tamanhos P, M e G) e roupas para bebês.
Segundo a assessora da Cáritas, Aurinete Brasil, já foram arrecadados alimentos suficientes para o grupo. Além do trabalho de arrecadação, o grupo diocesano auxilia a permanência dos imigrantes na Capital, orientando e encaminhando para os órgãos necessários.
“Nós fazemos acompanhamento para tirar documentos, fazemos articulação com a Polícia Federal para cadastro no Sisconare, se for preciso fazer Carteira de Trabalho e outros documentos, a gente encaminha, e, algumas vezes, vai junto com eles aos órgãos públicos conforme a demanda. Temos contado com total apoio da DPU/AC, DPE/AC, MP/AC, PF/AC, alguns órgãos da Prefeitura e do Estado, e muitos voluntários e doadores espontâneos.”
Aurinete explica ainda que os órgãos competentes se reuniram recentemente para adotar ações efetivas. Porém, até o momento nada de concreto foi feito.
“Temos a proposta de elaboração de um projeto com orçamento de valores e custos para abrigar por tempo determinado para 50 pessoas. Precisamos avançar com a criação de uma Casa de Passagem urgente para garantir a dignidade dessas pessoas. Alguns querem ficar por aqui. Já temos casos de pessoas que foram acolhidas pela Cáritas e estão com residência fixa e trabalhando.”
À reportagem, a diretora de Direitos Humanos do Estado, Fran Brito, explicou que o Estado já atua na articulação para criação de uma política estadual de acolhimento de imigrantes e refugiados.
“Já criamos um grupo de trabalho com vários órgãos, cada um atuando de acordo com o seu papel e competência, no atendimento de migrantes e refugiados. Já promovemos seminários sobre assunto, capacitação dos agentes dos municípios que atuam no atendimento de migrantes e refugiados, trouxemos oficina ministrada pela ONU sobre inserção no mercado de trabalho e estamos aguardando o retorno do Governo Federal sobre o apoio financeiro e técnico para auxiliar os municípios na implantação de casas de passagem para esse público.”
Ainda de acordo com a diretora, a competência de gerenciar esse tipo de casas é do Município. E acrescenta: “Bem como do atendimento direto desse público, de acordo com suas vulnerabilidades, através dos Cras e Creas, que são os municípios que administram”.