A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 3, a “Operação Seringais”, que investiga um grupo suspeito de desviar recursos públicos destinados a melhorias na Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex), em Xapuri.
A polícia investiga um contrato firmado para a construção de sete armazéns de estocagem no interior reserva.
O contrato no valor de mais de R$ 675 mil previa que a empresa deveria custear toda mão de obra e matéria-prima, além de distribuir kits de seringa e implementar a colocação de animais, carroças e quadriciclos. A ideia era de fomentar a atividade agroflorestal na região.
Porém, as investigações constataram que os armazéns foram construídos pelos próprios moradores da reserva. Inclusive, a madeira utilizada para construir os espaços foi providenciada pelos moradores. Dessa forma, o custo da obra foi de aproximadamente R$ 175 mil, o que demonstra um suposto desvio de quase R$ 600 mil.
As melhorias previstas no contrato também não ocorreram. Os recursos eram provenientes de um convênio entre o Governo do Estado e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Ao todo, estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Xapuri e Rio Branco. Além disso, quatro pessoas estão sendo intimadas para prestar esclarecimentos.
Segundo a PF, as denúncias partiram dos próprios moradores no ano de 2018. Apenas uma parte do empréstimo feito pelo governo teria sido repassada para a Associação de Moradores da Resex.
Ainda de acordo com a apuração, existe uma empresa de fachada que ajudava no esquema criminoso. A investigação deve ter desdobramentos em breve. Se processados, os investigados podem responder pelos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de capitais. A polícia não divulgou o nome dos envolvidos nem da empresa de fachada.