Medo, nervosismo e desconhecimento sobre os sintomas do contágio ainda causam tumulto na triagem para a coleta de amostras em Rio Branco
“Fui muito bem atendida. Muito obrigado. Fiz o exame para Covid-19 e atenderam super bem, embora eu esteja com suspeita também de pneumonia”. A mensagem é de uma jornalista de uma emissora de TV em Rio Branco, enviada por aplicativo de conversa, à Coordenação de Comunicação da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre).
A jornalista refere-se à forma atenciosa como foi tratada pelos profissionais da UPA do Segundo Distrito, localizada na Via Verde, na manhã desta terça-feira, 24, depois de ter ido até lá com dores nos pulmões, tosse seca e febre.
A unidade, que junto ao Pronto-Socorro de Rio Branco tornou-se referência para o atendimento de pessoas que precisam ser testadas para o coronavírus, vem sendo mal interpretada por pessoas que não entendem a forma como acontece a avaliação, antes que as amostras para o teste sejam colhidas.
“Existem normas, protocolos a ser seguidos e um desses é a normativa do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) da Sesacre, com base em critérios médico-científicos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde”, explica o médico Eliatian Nogueira, gerente de Assistência da UPA do Segundo Distrito – Via Verde.
Recentemente, um grupo de pessoas que reside em Capixaba esteve na unidade em busca de fazer os exames. O receio de ter contraído a Covid-19, como é chamada a doença causada pela nova cepa do coronavírus, foi porque um idoso de 81 anos, presidente de uma cooperativa agroextrativista e que está infectado, organizou uma série de reuniões que acabou contaminando mais pessoas no município.
“Quanto a isso, os nossos médicos observaram todos os sintomas e viram que os sinais vitais dessas pessoas estavam dentro dos parâmetros normais. Os sintomas estavam sugestivos para Covid-19, mas apenas isso”, ressalta Nogueira.
“Então orientamos que a melhor promoção nesses casos, que é a recomendada pelo mundo, é a quarentena: ir para casa e ficar lá. Se acaso surgirem outros sintomas, aí sim, voltar à unidade”, completa o profissional.
Na UPA do Segundo Distrito, essa triagem é feita, inicialmente pelos enfermeiros com base nas informações do paciente. Depois, a pessoa que será submetida ao teste é levada a um médico que voltará a avaliá-la para verificar se realmente ela precisa fazer o procedimento.
“Algumas pessoas estão com muito medo, outras chegam ansiosas, acreditando ter pego o vírus. Algumas mencionam que estão sentindo os sintomas de Covid-19, mas nem todas farão os testes, a partir de quando são examinadas na segunda fase da triagem com o nosso médico”, pontua Dora Vitorino, gerente da UPA do Segundo Distrito.
CORONAVÍRUS:
ANTES DE CORRER PARA A UPA LEIA ISTO
SE NÃO TIVER FEBRE, CONTINUE EM CASA
Situação 1
Você precisa do teste SE CHEGOU DE UMA VIAGEM nos últimos 14 dias e se tiver:
PRIMEIRO, FEBRE
e pelo menos UM DOS SINAIS ou sintomas respiratórios abaixo:
Tosse, dificuldade para respirar, escarro, congestão nasal, conjuntivite, dificuldade para engolir alimentos, dor de garganta, coriza, saturação de oxigênio abaixo de 95% [isso é visto pelo médico], cianose [quando lábios e unhas começam a ficar roxos por falta de oxigênio], narinas alargando muito durante a respiração, movimentos retraídos entre os músculos das costelas durante a inspiração, respiração rápida e curta.
Situação 2
Você precisa fazer o teste se teve CONTATO PRÓXIMO COM INFECTADOS e se tiver:
PRIMEIRO, FEBRE
e pelo menos UM DOS SINAIS ou sintomas respiratórios ANTERIORES, na ‘Situação 1’, mais:
Histórico de contato com caso suspeito ou confirmado para Covid-19, nos últimos 14 dias;
Situação 3
Você precisa do teste SE TEVE CONTATO EM CASA COM UM CASO de Covid-19 nos últimos 14 dias, e se tiver:
PRIMEIRO, FEBRE
e pelo menos UM DOS SINAIS ou sintomas respiratórios ANTERIORES, mais:
Fadiga, dor muscular e nas articulações, dor de cabeça, calafrios, manchas vermelhas pelo corpo, gânglios linfáticos aumentados, diarreia, náusea, vômito, desidratação, ausência da vontade de comer. (Resley Saab / Agência Acre)