O impacto da pandemia do novo coronavírus tem prejudicado o sistema econômico não apenas no Brasil, mas no mundo. A estimativa por parte da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio/AC) é que a recuperação demore, pelo menos, alguns anos. Com a intenção de contribuir com informações para empresários e população economicamente ocupada quanto às condições de mercado, a Fecomércio/AC, por meio do Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Acre (Ifepac) realizou ao longo do mês de março, junto a 132 empresários, estudo para colher informações e ter conclusões mais explicitadas quanto ao assunto.
O estudo destacou que a maioria dos empreendedores estão preocupados em manter pagamento de fornecedores, empregados e outras demandas operacionais e domésticas, e estariam em busca de parceria técnica visando alternativa para o funcionamento do negócio. Para isso, 43% dos empresários da capital acreana destacaram o Sebrae no Acre como parceiro em potencial. Outros 51% buscaram outras soluções e 6% não se manifestaram.
O levantamento afirmou também que a Fecomércio/AC detém o poder de liderança sobre as atividades de mercado das empresas do comércio de bens, serviços e turismo, e se antecipou na instalação de capacidade de serviços de apoio técnico – operacional a empresários no sentido de minorar efeitos da crise sobre os seus negócios. Entretanto, no estudo realizado, apenas 25% da amostra analisada mostraram satisfação dos empresários quanto ao apoio oferecido. Da parcela favorável, 12% disseram buscar serviços da Fecomércio/AC com freqüência e outros 13%, afirmaram precisar da entidade para o tratamento de assuntos específicos.
Uma alternativa vista pelos empresários no momento de quarentena seria a venda online, uma forma simples e competitiva. Conforme informações do entrevistados, o serviço de delivery passou a ser a solução para entrega de vendas de 43% das empresas locais. Entretanto, mais da metade ainda resiste à idéia, fato que certamente pode prejudicar muito mais a situação de mercado.
A pesquisa abordou ainda a atuação do Governo Federal, que tem interesses claros em amenizar os efeitos negativos sobre a economia e vida dos trabalhadores, e tomou algumas medidas que regulam a possibilidade de suspensão de contratos ou redução de jornada de trabalho com corte de salário (MP 936). Aliado a tal atenuante para a vida empreendedora, 45% dos empresários do comércio local se mostraram dispostos a manter empregos, mesmo neste momento de crise. Desses 45%, incluem-se 69% que admitiram muita dificuldade para a disposição revelada.
Além disso, mesmo com a MP 936/2020, que se apresenta como um meio para socorro econômico, voltado a contratos de trabalho, com foco na preservação de emprego e renda, e garantia da continuidade das atividades laborais e empresariais, 43% dos empresários locais ainda demonstraram decisão à demissão de empregados. Outros 51% mostraram-se contrários.
O presente estudo observou que 31% dos empresários de Rio Branco não conhecem o Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e Renda do governo federal (MP 936/2020) que, em sua essência, visaria à preservação do emprego e renda na economia, dada a diminuição das atividades de mercado em decorrência da pandemia do novo coronavírus. No levantamento, é revelado ainda 27% que admitiram conhecimento; porém, 6% disseram que não vão aplicar em sua empresa e 21%, entenderam que não ajuda a resolver os problemas gerados.
Basicamente, a metade dos empresários de Rio Branco afirmou que deve procurar amparo nos termos da MP 936/2020 com vista a promoção de alteração de jornada de trabalho e de salário do trabalhador. Porém, 39% afirmaram não se interessar aos incentivos da referida MP e 8% disseram que devem procurar a aplicação das alternativas da medida, mas através de acordo direto com os empregados.
Por último, o estudo avaliou o tamanho das empresas e, conforme resposta dos empresários, o padrão das empresas do comércio e serviços com atividade no mercado local se assemelha quanto ao porte, ou seja, da amostra alcançada, 33% são de grande porte, 33% são microempresas e 34%, microempresas individuais. Além disso, ainda segundo informações coletadas, 67% das empresas com atividades de comércio e serviços em Rio Branco são optantes do Simples Nacional, regime tributário diferenciado, que unifica o pagamento de impostos e tributos das esferas federal, estadual e municipal. (Ascom Fecomércio/AC)