O Acre ocupa o 6º lugar no ranking da situação de vulnerabilidade das Terras Indígenas (TIs) para a covid-19. Os dados foram coletados de um estudo recente feito pela Associação Brasileira de Estudos Populacionais (Abep) e divulgado pelo site Publica, nesta quinta-feira, 23.
O levantamento apontou que dos 1.228 municípios brasileiros com Terras Indígenas, apenas 108 possuem algum leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O Acre tem duas das 13 terras indígenas com maior vulnerabilidade à covid-19. São elas: Riozinho do Alto Envira e Arara do Rio Amonia. O estado acreano possui 2 Terras Indígenas com vulnerabilidade crítica, 9 com vulnerabilidade intensa, 9 com vulnerabilidade alta, e 6 com vulnerabilidade moderada.
O estudo mostra que 98% dos domicílios das TIs na cabeceira do Rio Acre não possuem banheiro exclusivo. Os domicílios do Riozinho do Alto Envira, do Kaxinawá do Rio Humaitá, Kaxinawá da Praia do Carapanã e Kulina do Rio Envira também apresentam números críticos, segundo dados do Censo Demográfico 2010 do IBGE.
Os dados do Censo Demográfico 2010 mostram que a média de domicílios sem rede geral de abastecimento de água no país é de 79% nas Terras Indígenas, com 270 terras apresentando 100% dos domicílios sem acesso à rede, o que representa 57% do total de Terras Indígenas.
O Índice de Vulnerabilidade Demográfica e Infraestrutural das Terras Indígenas à covid-19 (IVDIC) foi construído a partir de algumas variáveis que dialogam com o comportamento da transmissão do vírus; com os fatores de risco associados à letalidade (mortalidade); com a capacidade de manter isolamento social; com a capacidade de manter uma rotina de prevenção; com a disponibilidade de atendimento em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nos hospitais para casos graves da doença; e com a segurança da situação de regularização fundiária da Terra Indígena.
Para conferir o estudo completo basta acessar: https://apublica.org/wp-content/uploads/2020/04/caderno-demografia-indigena.pdf