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Casos de Covid-19 seguem em ascensão no Acre; 15 pessoas estão internadas

O anúncio de dois homens contaminados por coronavírus sem saber de quem contraíram Covid-19 acendeu o sinal vermelho do alastramento da pandemia no Acre, para além do monitoramento que vinha sendo feito pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), e diga-se por mérito, com a ajuda hercúlea dos profissionais do Centro de Infectologia Charles Mérieux.

Embora até esta sexta-feira, das 815 pessoas já testadas pelo laboratório privado, ao menos 745 tenham tido os exames descartados, o número de casos positivos vem se mantendo numa média de 4 por dia e chegou a 8 nesta sexta, subindo de 62 para 70 o número de casos confirmados em todo o estado.

Segundo explica Tania Bonfim, chefe da Área Técnica de Influenza e Covid-19, da Sesacre, as notificações no Acre começaram a acontecer no dia 2 de março, seguindo até o dia 15 do mesmo mês, com uma média de duas notificações diárias.

“Foi logo após a confirmação dos primeiros três casos, no dia 17, que as notificações foram só aumentando”, observa Bonfim. Então, não se engane, porque o número verdadeiro de casos é muito maior que o oficial, considerando que as pesquisas mostram que 86% dos infectados não apresentam sintomas, ou quando eles existem são na sua forma mais leve, ‘enganando’ como um resfriado comum, por assim dizer, a quem tem Covid-19.

O Acre está na 4ª semana da pandemia, enquanto que estados do sul e do sudeste do país já avançam na 13ª semana. A 4ª semana tem como referência os dias corridos que começaram em 17 de março, data em que os primeiros três casos no Acre foram registrados oficialmente.

E o que isso significa? Quer dizer que estamos longe do pico da pandemia, quando os casos mais graves da doença tenderão a crescer, a exemplo do que se vem registrando em outros estados do território nacional nesta sexta-feira, regiões que estão há semanas à frente do Acre. Daí a expressão proferida quase sempre pelo secretário de Estado de Saúde do Acre, Alysson Bestene, de que o Acre ‘está ganhando tempo’ para medidas como a instalação de novas Unidades de Terapia Intensiva, as UTIs, em Rio Branco e no interior do estado.

Nesta sexta, o Brasil atingiu 1.057 mortes registradas por Covid-19, com 19.638 casos oficiais. Mas se no Acre estamos bem aquém do que, supostamente está por vir nas próximas semanas, as recomendações de isolamento domiciliar continuam preciosamente valendo.

E entenda por quê. O maior receio atualmente é que a curva do crescimento de casos no estado, que hoje está se delineando vagarosamente, mas numa linha constante, se acentue cada vez mais se as pessoas continuarem nas ruas.

População, temorosa, respeitou medidas de isolamento social assim que se confirmou a doença aqui. Ruas de Rio Branco ficaram vazias no começo (Foto: Odair Leal / Secom Acre)

No Acre, o que mais se viu nos últimos dias foi gente se aglomerando em locais como lotéricas e agências bancárias, negligenciando o limite de segurança de até dois metros de um para outro. Em supermercados, amontoados de crianças de colo e idosos não são raros nas compras, famílias desatentas aos pedidos da Vigilância Sanitária de que apenas um membro familiar se desloque às compras.

Mas nos últimos dias, as pessoas começaram a se descuidar, indo para filas de bancos, de lojas e supermercados; aglomerações colocam em risco a Saúde Pública (Foto: Odair Leal / Secom)

Esse tipo de comportamento é prejudicial, sobretudo agora que sabidamente estamos numa fase de contágio comunitário, aquele tipo que abre, como por exemplo, esta reportagem, quando dois homens foram contaminados sem saber de quem pegaram a doença. A contaminação desenfreada, além de ser perigosa para o colapso do Sistema Único de Saúde, pode gerar mortes em massa, gerando uma situação trágica em que os profissionais poderão ter de escolher quem deve viver e quem vai morrer.

É como explica a médica Paula Mariano, secretária-adjunta de Saúde do Acre. “[A transmissão comunitária] era o nosso receio e motivo também de nosso apelo para que as pessoas continuassem em casa. Nosso objetivo era justamente o de controlarmos os focos da doença, evitando até que a produção de exames para identificarmos esses mesmos focos, fosse comprometida”, observa ela.

 

Quinze internados

Destes, 11 pacientes estão com suspeitas, mas inspiram cuidados (Foto: Odair Leal/ Secom AC)

Pelo menos 15 pessoas seguem internadas com Covid-19, sendo que 11 delas estão apenas com suspeitas da doença, mas inspirando cuidados especiais, nas unidades de Saúde de Rio Branco neste momento.

Conforme o secretário de Estado de Saúde do Acre, Alysson Bestene, a UPA do Segundo Distrito “sempre será a porta de entrada para casos moderados”, enquanto que ao Pronto-Socorro cabe a internação na UTI Covid, no 5º andar do Pronto-Socorro. (Resley Saab / Secom Acre)

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