Com a prorrogação realizada pelo governador do Acre, Gladson Cameli, do Decreto nº 5.496, de 20 de março de 2020, que estabelece novas medidas para o enfrentamento da emergência da saúde pública por conta da pandemia, empresários acreanos têm se reinventado para continuar atendendo à população. Para evitar maiores problemas, o Sistema Fecomércio-Sesc-Senac/AC têm dedicado esforços junto às esferas estaduais e municipais para que seja viabilizada a atividade comercial, pelo menos em determinadas regras.
O Decreto nº 5.668, de 2 de abril de 2020, tem validade de 15 dias, a contar do dia 4 de abril. Empresas que participem em qualquer fase da cadeia produtiva e de distribuição de produtos de primeira necessidade para população deverão manter suas atividades, tais como distribuidoras, revendedoras ou indústrias de alimentos, medicamentos, produtos de limpeza e higiene, água, gás, postos de combustíveis, padarias, conveniências, supermercados, mercadinhos, minibox e congêneres.
A empresária Jarissa Pontes possui uma loja de cosméticos e afirma que, devido à crise, as vendas diminuíram, mas não de maneira drástica. O motivo seria o fato de já trabalhar com entregas há anos. “É como se estivéssemos a um passo à frente dos demais”, reflete. A maneira de atendimento, no entanto, teve de ser adaptada. “Pois muitos produtos precisam ser testados pelas clientes, como a tonalidade de cor e o produto certo para cada tipo de pele. Esse tipo de atendimento éramos acostumadas a prestar presencialmente; agora, tivemos que nos adaptar e aprender a fazermos de maneira virtual. Fazemos ainda com excelência para garantirmos a satisfação do cliente, mesmo longe fisicamente”.
Segundo Pontes, não é fácil. “Mas para quem ama o que faz, se doar um pouco mais diariamente, mais que o habitualmente, vale a pena”, garante.
“Diferencial da empresa foi agir rápido”
Paulo Felício é dono de uma das redes de restaurantes mais conhecidas do Acre e afirma que o diferencial foi agir rápido. “Já estávamos acompanhando o que estava acontecendo nos outros estados e tivemos um pouco de sorte, porque as coisas demoraram pra chegar aqui. Antenados nisso, tomamos as decisões rapidamente, antes ainda do decreto”.
Para tanto, houve um grande planejamento. “Fizemos um desenho da loja, que quadro teríamos de planejar para ter uma operação ainda mais efetiva de entregas. As pessoas que não se encaixavam nesse planejamento tiveram férias, mas já estávamos aguardando alguma ajuda do governo federal, que é a Medida Provisória [MP 936, que permite redução na jornada de trabalho e salário para evitar demissões em massa]. Fizemos uso dela, e de maneira rápida”, explica
A empresa já trabalhava com serviços de entrega. “O que fizemos foi maximizar os serviços, isentando as entrega grátis e criamos várias ofertas, porque entendemos que precisávamos criar escala, aumentar o leque de cliente. Tudo foi planejado, e renegociamos todo nosso custo fixo ainda antes do governador fechar as lojas. Todos foram compreensíveis”.
A ideia de Felício foi se preocupar mais que com o macro. “Focamos 100% no negócio, tomando medidas rápidas, o que fez com que observássemos que a necessidade faz com que nos tornemos mais produtivos. Nunca fomos tão produtivos como estamos agora e, se Deus quiser, sairemos fortalecidos”.
Ponderar para sobreviver em meio à crise
De acordo com o assessor técnico do Sistema Fecomércio/AC, Egídio Garó, o empresário necessita ponderar e se adaptar neste momento. “Além de se preparar com questões que possam surgir na empresas: deve se preparar para contingências futuras e buscar mecanismos que possibilitem a continuidade do negócio”, reflete.
Com esse pensamento, a retomada do comércio será mais fácil, segundo Egídio. “Não podemos deixar a leva pessimista tomar conta. A pandemia vai passar, as coisas vão retomar. Em breve, teremos todas as atividades comerciais funcionando e prosperando”, finaliza. (Ascom Sistema Fecomércio/AC)