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Infectologista estima que o Acre já pode ter de 500 a 600 infectados por Covid-19, com base em subnotificações

Em entrevista ao Jornal do Acre, da Rede Amazônica, o médico infectologista Thor Dantas apontou uma estimativa de que o Acre já pode ter entre 500 a 600 pessoas potencialmente infectadas com o novo coronavírus. O médico chegou a esta estimativa com base no cálculo das subnotificações, segundo estudos especializadas sobre a contaminação da doença.

“Fechamos um mês de pandemia com 100 casos confirmados no Acre. Temos a estimativa que para cada pessoa confirmada, há mais 5 ou 6 não confirmados. De modo que a gente estima que deve ter no Acre hoje por volta de 500 a 600 pessoas infectadas potencialmente andando entre nós. A curva está claramente em ascensão. Estamos no início da epidemia no Acre. Este é um momento de muita atenção porque os casos estão se somando e os óbitos estão começando a aparecer”, complementou o infectologista.

Thor também falou sobre o cenário para os próximos dias e sobre a renovação de medidas do Estado para evitar a propagação do vírus no Estado. Ele frisou que as pessoas não podem ignorar a doença e simplesmente retornar as suas rotinas.

“Os Estados estão começando a renovar as ações de isolamento. Este é o momento em que temos que nos preparar para os próximos estágios da pandemia. Não podemos, em nenhum momento, interromper a quarentena e voltar à vida normal. A gente precisa se programar para o retorno planejadamente. Usar máscaras nas ruas, distanciamento, mais medidas de prevenção. Temos de adaptar a vida para os próximos momentos que virão”.

Thor Dantas também frisou a importância de priorizar o atendimento aos casos mais graves, que são cerca de 15%, e, assim, evitar óbitos (Foto: Reprodução Rede Amazônica)

Por fim, ele frisou que os municípios do interior precisam ter uma atenção especial no combate à covid-19. E esclareceu que neste momento é de suma importância fortalecer a rede pública de saúde para atender os casos mais graves, a fim de evitar que aconteçam os mesmos problemas de sobrecarga registrados em outros Estados, como São Paulo, Ceará e Amazonas.

“Quanto menos contato tivermos uns com os outros, mais lenta será a curva e menos casos graves. Esse momento é importante para que o Estado consiga organizar os hospitais, as UTIs, os respiradores para os casos graves, consiga comprar os EPIs para o atendimento, montar as equipes e garantir que os exames de diagnósticos não faltem. É muito importante esse período para que o governo consiga organizar a rede. Precisamos ter muita cautela neste momento para que o nosso sistema de saúde seja preservado e não entre em colapso”, disse Thor Dantas.

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