A pandemia do novo coronavírus está causando uma recessão econômica sem precedentes. No Acre, pesquisa realizada pela Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agrícola (Acisa) e pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais (Federacre) aponta que 87,2% dos empresários acreanos preveem a demissão de até 20 funcionários por conta desta crise.
A pesquisa também revela que a maioria dos empresários acredita que essa situação adversa na economia vai perdurar por mais de 90 dias. Outros 26,1% preveem que pode levar de 3 a 6 meses. Dos que se planejaram para algo desta natureza, apenas 4,3% dos empresários se consideram preparados, enquanto outros 32,6% acreditam que a empresa terá grandes dificuldades nos próximos meses, mas conseguirá passar pela crise.
Das medidas para evitar a propagação do vírus, 47,8% dos empresários deram férias coletivas aos funcionários e outros 47,8% adotaram ações de higienização de ambientes e adequações. Ainda nesse sentido, 22,2% implantaram o modelo de home office e 12,2% das empresas demitiram funcionários já no primeiro momento.
Já quanto à avaliação das medidas econômicas anunciadas pelo Governo do Estado para reduzir os efeitos do coronavírus, quase metade, 48,9%, dos empresários consideram ruins e que precisam ser revistas. Outros 35,9% consideram insuficientes e de pouco impacto.
A pesquisa entrevistou 90 empresários dos setores do agronegócio, agricultura, pecuária, comércio, indústria e serviço do Estado, no período entre os dias 1º e 2 de abril. Destes entrevistados, 60% afirmam que suas empresas têm faturamento acima de R$ 1 milhão por ano.
“Colapso generalizado”
O presidente da Acisa, Celestino Bento, explica que a pesquisa foi feita para mensurar o grau da crise ocasionada pelo vírus no Estado. E o cenário que ela revela é preocupante.
De acordo com ele, a Acisa entende a importância do isolamento social para evitar um cenário de descontrole na pandemia. Mas também não dá para negar o fato de que a prorrogação do decreto estadual que suspende o funcionamento de estabelecimento comerciais vai agravar ainda mais esse cenário de desemprego no Acre.
Celestino acredita que algumas das empresas que suspenderem as atividades sequer conseguirão retornar após o fim do decreto. E também frisa que se a medida continuar, somando-se à baixa demanda no mercado devido ao temor dos consumidores em relação à doença, será inevitável que a economia do Estado entre em um colapso generalizado.