Com a queda na venda de peixes na quarentena, solução dos produtores é vender diretamente para as pessoas físicas para reduzir o prejuízo no período
Os serviços de delivery se tornaram a principal opção para os comerciantes de pescado durante a Semana Santa, com o fechamento de bares e restaurantes, em função da novo coronavírus, que afetou os negócios em todo o país. O setor, que vinha se preparando desde o início do ano para o período, foi surpreendido com a pandemia e teve de se adaptar aos novos procedimentos, inclusive na questão das exportações, já que o principal mercado para o peixe brasileiro, que é a China, foi o país mais afetado pelo Covid-19. Além disso, novas alternativas de negócios estão sendo criadas para que a situação não fiquei ainda mais difícil para quem atua nessa área.
“O setor da venda de pescado está enfrentando uma situação muito delicada”, observa a analista Newman Costa, coordenadora de Agronegócio da Unidade de Competitividade do Sebrae. Segundo ela, o setor foi surpreendido pela grande crise, o que fez muitos produtores mudarem seus planos desde o mês de fevereiro, quando a pandemia se alastrou pelo mundo. O Sebrae recomenda, segundo Newman, que criadores de peixes, que antes tinham os restaurantes e bares como seus clientes, agora forneçam diretamente para pessoas físicas. Além disso, o Sebrae está apoiando no Congresso Nacional propostas de redução dos Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o setor, visando diminuir as dificuldades.
“Realmente o coronavírus atrapalhou muitos nossos negócios, já que nossos principiais clientes eram os bares e restaurantes”, observa Leonardo Mendes, que agora voltou sua comercialização para as pessoas físicas, hoje sua principal clientela em Brasília, onde chegou a atender até 12 restaurantes fornecendo pescados. “Hoje orientamos os produtores que estão tirando preparando para despesca dos peixes nos tanques a trabalharem na entrega para venda direta para e assim evitar maiores prejuízos”, diz Newman Costa, ressaltando que existem outras alternativas para a comercialização do pescado.
Uma delas é a plataforma Santa Quarentena, criada pela Seafood Brasil, em parceria com a Dupeixe, um aplicativo prático e eficiente que vai conectar as melhores ofertas da Semana Santa diretamente com o consumidor final, em locais seguros ou pelo delivery. A ferramenta, que recebeu o apoio do Sebrae na divulgação por meio do compre do pequeno, permite a inscrição ilimitada e gratuita de pontos de comercialização de pescado, que poderão oferecer condições especiais para supermercados, peixarias, food service, mercados públicos, feiras e até a opção de comprar direto do produtor.
Como funciona
O site para o consumidor Santa Quarentena, lançado nesta quarta-feira, 8, oferece ainda dicas variadas para os comerciantes do setor ou consumidores. O aquicultor ou pescador, por exemplo, pode cadastrar seu Whatsapp para receber pedidos de pescado fresco. O melhor apelo aqui é o “Direto da Origem”. É necessário que ele tenha embalagens adequadas para cada item, sempre com gelo em escamas e que acerte o pagamento antes e, se possível, evite o contato direto com o consumidor ou clientes da peixaria e feirantes na entrega.
Para as indústrias, recomenda-se que cadastre todas as ofertas de pescado negociadas com os distribuidores regionais e parceiros, como grandes, médios e pequenos varejos, restaurantes e peixarias. O Sebrae também indica fazer novas parcerias e adaptar sua produção, se possível, para vender diretamente ao consumidor. Se a empresa não opera com e-commerce, deve separar um número de WhatsApp exclusivamente para isso. O distribuidor pode reforçar o contato com seu fornecedor, cadastrar seu telefone para receber pedidos de pequenos varejos, peixarias, feirantes e dos restaurantes que farão entregas no período.
Os atacadistas e varejista podem cadastrar lojas e promover suas ofertas de pescado para a quaresma em todo o Brasil. Quanto maior o número de lojas, as chances de vendas crescem, mas é sempre necessário evitar aglomerações. No caso das peixarias, é aconselhável fazer cortes especiais, como sashimi e pratos prontos para facilitar as refeições do consumidor. No caso do food service, é bom observar que os restaurantes estão fechados ao público, mas sua cozinha não pode parar. Uma última dica importante do Sebrae é: crie receitas especiais com pescado e venda a preços promocionais, com bônus nas entregas: um voucher de graça para ele voltar quando você reabrir. (Assessoria de Comunicação do Sebrae)