O assessor técnico do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac/AC, Egídio Garó, afirmou na manhã desta quarta-feira, 22, que era esperado que o comércio causasse o maior de todos os danos e prejuízos na arrecadação do Estado. O estudo teve, como base, o boletim divulgado pela Secretaria da Fazenda do Acre (Sefaz-AC) responsável por apontar que segmentos de varejo, alimentação e transporte são os mais impactados com a crise econômica ocasionada pelo covid-19.
A análise foi realizada com base em notas fiscais emitidas entre 15 de março e 1º de abril e apontou que a queda na emissão de notas teve mais impacto no varejo, com mais de 25% de queda na comparação entre a última semana e o período antes da pandemia. Segundo os dados, o valor movimentado no setor caiu de R$ 13,17 milhões para R$ 9,86 milhões, entre o período de 15 de março a 1 de abril. Neste mesmo período, o atacado também foi um dos setores mais afetados, com uma queda de 12,88%.
Garó afirmou acreditar que, se a Sefaz estimava uma perda gigantesca, os números seriam ainda mais alarmantes. “Hoje, seria o dobro do que foi informado, já que o boletim é até o dia 1º de abril. O comércio, de uma maneira geral, é o que mais representa a arrecadação aqui no estado, e foi o mais afetado com o fechamento de todas as loja. A situação não deve melhorar rapidamente”.
Ainda de acordo com Egídio, mesmo quando houver a liberação da atividade comercial, o Estado deve continuar com problemas de arrecadação por cinco ou seis meses. “Talvez tenhamos problemas com a arrecadação para colocarmos as contas em dia. São momentos um pouco escuros para o comércio, principalmente se persistirem as deliberações de manter o comércio fechado sem nenhuma discussão, debate ou conversa envolvendo o setor de uma maneira geral para que, observadas as normas da OMS [Organização Mundial da Saúde] ter pelo menos um funcionamento pequeno”.
O prognóstico seria de recessão, para o assessor. “Que é o fechamento de empresas, as demissões, as crise sociais, os problemas de arrecadação do Estado. O governo federal não tem recurso para suprir as necessidades de todos as unidades federativas. Não adiantam as políticas de isolamento, o fechamento compulsório das atividades, porque o governo federal também depende da arrecadação para poder ter caixa e, posteriormente, repartir com os estados. Nessa condição, ninguém arrecada. É uma recessão iminente e para sairmos dela levaremos um bom período de tempo”, finalizou. (Ascom Sistema Fecomércio-Sesc-Senac/AC)