Com o objetivo de averiguar a atual conjuntura da economia acreana, o Sistema Fecomércio-Sesc-Senac/AC realizou, na última semana, análise em relação ao impacto da pandemia no Estado. O estudo, realizado pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Acre (Ifepac) sugere inicialmente que, para o atual momento, a presença positiva do governo é de suma importância já que atua por meio de medidas amenizadoras dos efeitos danosos da doença em relação ao cenário econômico.
O assessor técnico do Sistema Fecomércio/AC, Egídio Garó, relembra que o impacto da pandemia do novo coronavírus vêm prejudicando drasticamente a economia brasileira. No caso do Acre, onde aproximadamente 25% das empresas empregam no máximo quatro pessoas, a proibição para várias atividades por medida de governo, adotada desde a segunda metade do mês de março, tornou mais preocupante os efeitos da doença viral. Além disso, o assessor considera, com base na divulgação do Ifepac, a baixa capacidade do Estado no que se refere à manutenção das obrigações normais, em especial com os servidores ativos e inativos, que abocanham mais da metade dos seus recursos arrecadados.
“O estudo que realizamos junto aos empresários presume que, além da preocupação normal em relação à própria doença, há ainda falta de informações relacionada ao tempo para o afrouxamento do isolamento social determinado, haja vista que o período mais crítico da doença ainda estar por vir”, reitera.
Dessa forma, o funcionamento do comércio de Rio Branco, condicionado a termos de decretos, exige rápidas mudanças operacionais no sistema de comercialização, para Egídio. “O que ainda não se faz observar, vez que grande parcela do comércio mantém a forma conservadora de vendas, sem utilizar, sequer, um serviço de “delivery”, a exemplo de algumas farmácias e drogarias, lanchonetes, pizzarias, dentre outros”.
A análise contou com a participação do economista Roberval Ramirez, que relembra que, em relação ao mundo empresarial, se tornou necessário à adoção de alterações operacionais até então nem pensadas para as atividades. “Se fez necessária a realização de investimentos para novos processos de vendas, haja vista a enorme diminuição no movimento levado a efeito o modelo vigente”.
Da mesma forma, o hábito de consumo também precisaria de mudanças importantes, de acordo com Ramirez. “Com mais atenção por parte da população quanto aos reais gastos necessários. Daí a percepção de que a crise da pandemia do coronavírus têm exigido pressa em mudanças mercadológicas, de trabalho e consumo na economia”.
Como é comum num estágio de dificuldade de mercado, a demissão é sempre a primeira medida levada a efeito pelo empresário, ainda segundo o estudo. “Assim, a atenção quanto à atuação política dos governos, notadamente no que se relaciona a medidas de benefícios no tempo certo, é imprescindível, a exemplo do Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e Renda, e do auxílio às pessoas economicamente ocupadas, mas sem vínculo formal de trabalho. Mesmo num momento de quarentena imposto por demanda sanitária, a economia precisa de meios para se manter ativa, no sentido de garantir que o abastecimento para a população se mantenha normal, até pra ajudar a frear o avanço da doença”, finaliza Roberval. (Ascom Fecomércio/AC)