Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Fecomércio/AC comenta pesquisa sobre endividamento do Consumidor de maio

O assessor técnico do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac/AC, Egídio Garó, comentou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) no último dia 5. Para o assessor, assim como em todo o país, no Acre, o número de endividados e inadimplentes vem aumentando nos últimos três meses, subentendendo-se que a causa tenha sido a paralisação das atividades. O impacto teria sido maior a partir de março.

De acordo com o estudo, o número de famílias com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro, apesar de ter recuado ligeiramente em maio – passando a atingir 66,5% em relação ao registrado em abril, de 66,6% –  apresentou um aumento em relação ao visto no mesmo período de 2019 (63,4%).

Pesquisa da CNC aponta crescimento no número de inadimplentes em relação ao mesmo período de 2019 (Foto: Divulgação Fecomércio/AC)

Segundo Garó, a utilização de mecanismos de crédito, como cartões, cheques, boles, crédito consignado, financiamento bancários e carnês representariam a maior parcela dos endividados no Estado. “Famílias com renda mensal menor que 10 salários mínimos são as que mais padecem com o endividamento, o que consequentemente as encaminhará ao inadimplemento”, reiterou.

Em relação à inadimplência, o assessor relembrou que o período é de isolamento, o que força as pessoas a permanecerem em casa, inclusive às que não disporiam de comunicação de acesso à internet. “A prioridade é manter-se na segurança de sua casa, ante a possibilidade de contágio em algum caixa eletrônico, casa lotérica ou outros locais onde haja aglomeração”.

Egídio finalizou lembrando que, no Acre, percebe-se ainda inadimplentes em outras contas além  das apuradas pela Peic. “Como energia elétrica, impostos e tributos como o IPVA, licenciamento de veículos dentre outros”.

 

Indicadores de inadimplência

A quantidade de brasileiros com dívidas ou contas em atrasos caiu 0,2 ponto percentual na comparação mensal, ficando em 25,1%. No comparativo anual (24,1%), contudo, houve crescimento. “Mesmo com as incertezas impostas pela pandemia, a inadimplência não mostra trajetória explosiva, pelo menos não ainda. Com medidas de auxílio à renda, como o coronavoucher, as famílias mostram alguma resiliência na quitação de seus compromissos financeiros”, destacou a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira.

O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes aumentou, passando de 9,9% do total em abril para 10,6% em maio – maior proporção de famílias que permanecerão na inadimplência para um mês de maio desde o início da realização da Peic, em janeiro de 2010, e a mais elevada desde abril de 2018. O total de famílias que se declararam muito endividadas também aumentou em maio, chegando a 16% e atingindo o maior percentual desde setembro de 2011, quando o indicador alcançou 16,3%.

Em relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito continua sendo o mais apontado pelos brasileiros como a principal modalidade de endividamento: 76,7%. Carnês (18%) e financiamento de veículos (11,1%) também permanecem na segunda e terceira posições, respectivamente. “O cartão de crédito, apesar de seguir em primeiro lugar nos principais tipos de dívida, vem perdendo espaço para outros tipos de dívida, em função de ser uma das modalidades mais caras de crédito. O endividamento com cartão chegou a representar 79,8% em janeiro deste ano”, ressaltou a economista. (Ascom Sistema Fecomércio/AC)

Sair da versão mobile