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Felicidade: o maior bem humano

Nos últimos anos, a Psicologia e a Psiquiatria têm se interessado pelo estudo da felicidade. Isso representa uma mudança de paradigma, considerando que ao longo de todo o século XX o foco dos estudos esteve ligado aos estados afetivos e patológicos. Uma nova área, denominada psicologia positiva, ressurge para investigar os estados afetivos, como a felicidade, o contentamento, a resiliência, o otimismo, a gratidão e a qualidade de vida, entre outros.

Tem-se a felicidade como uma emoção básica, caracterizada por um estado emocional positivo, com sentimentos de bem-estar e de prazer, associados à percepção de sucesso e à compreensão coerente e lúcida do mundo. Nos últimos anos, diversos pesquisadores têm se preocupado em desvendar as relações entre felicidade e saúde mental.  Alegria e felicidade são bens valiosos. Se uma pessoa não sobrevive, não pode obter alegria nem felicidade. É difícil tentar sobreviver numa sociedade caótica, desonesta e geralmente imoral, como esta do século XXI.

Cloninger (2004) considera que “felicidade” é a expressão que traduz a compreensão coerente e lúcida do mundo, ou seja: a felicidade autêntica requer uma maneira coerente de viver. Isso inclui todos os processos humanos que regulam os aspectos sexuais, materiais, emocionais, intelectuais e espirituais da vida. E neste século XXI a felicidade ganhou outros referentes falsos e mundo se torna caótico.

Todas as pessoas ou grupos tentam obter da vida todo o prazer e ausência de dor que puderem. A sua própria sobrevivência pode ser ameaçada pelas más ações das pessoas que estão ao nosso redor. De modo que esse sentimento de felicidade pode se transformar em tristeza e tragédia devido à desonestidade e má conduta de outras, pessoas. Praticar uma fraude bancária sobre outra produz uma tragédia imensa, causa tristeza, dor, melancolia, revolta. O pior de tudo é quando a justiça não repõe essas perdas, não repara o furto, a fraude, o engano. A justiça é mesmo cega.

A associação entre saúde física e felicidade também já foi bastante testada e, a esse respeito, Salovey et al. (2000) publicaram uma revisão, na qual concluem que muito mais se sabe acerca de como estados psicológicos negativos afetam a saúde física (especialmente fragilizando o sistema imunológico) do que como estados positivos podem protegê-la. Ainda assim, argumentam que substituir emoções negativas por emoções positivas pode ter efeitos terapêuticos e preventivos.

Cada pessoa carrega, consigo, ocasiões em que sua harmonia foi quebrada pela má ação de alguém. Pior de tudo é que essas más ações reduzem nosso potencial de sobrevivência e diminuem o nosso estado de felicidade.

Cada um de nós é importante para outras pessoas. Essas pessoas nos escutam, nos seguem nos pontos positivos que temos. Por isso a nossa felicidade ou infelicidade atinge às pessoas que estão ao nosso redor. Igualmente, a felicidade ou infelicidade das outras pessoas que conhecemos é importante para nós. Com o nosso comportamento e nossas atitudes, embora ninguém possa garantir que outra pessoa seja feliz, as possibilidades de sobrevivência e de felicidade dela podem ser melhoradas a partir de nossas vivências.

Muitas áreas do conhecimento têm se debruçado sobre a felicidade. Mas foi no campo das ciências sociais, o World Values Surveys (WVS) que aconteceu o maior estudo realizado até hoje sobre o assunto – os valores humanos — em 60 países. O último estudo publicado, referente aos anos de 1999 a 2002, apontou que os escores mais elevados de felicidade foram encontrados, por ordem decrescente, em Porto Rico, México, Dinamarca e Colômbia. O Brasil é o 32º país do ranking, e os Estados Unidos, o 15º (Inglehart et al., 2004; World Values Sur vey Association, 2006).

Conclui-se que a felicidade é um fenômeno predominantemente subjetivo, estando subordinada mais a traços de temperamento e postura perante a vida do que a fatores externamente determinados. Isto coloca a questão da felicidade dentro dos campos da Psiquiatria e da Psicologia, os quais vêm ampliando seus horizontes para além do mero alívio dos sintomas mentais. Porém, essa expansão ainda é incipiente, particularmente no que se refere a estudos em nosso meio, até o momento, inexistentes.

Satisfação e bem-estar valem tanto quanto o dinheiro para o sucesso de uma sociedade. Por isso, governos e empresas deveriam iniciar a medir a Felicidade interna Bruta das pessoas, um novo instrumento para traçar políticas públicas e administrativas. Resultados nesse sentido podem vir a orientar estratégias de promoção da saúde mental que sejam específicas à nossa população. Cada um de nós deve fazer a seguinte pergunta: Sou feliz? O quê me falta? A partir de então observar o que cada um faz pela sua felicidade e o quê a cidade e os amigos e familiares oferecem para essa felicidade. Retire tudo que não te faz feliz. E viva com os bens que garantem teu estado emocional em equilíbrio.

 

LIÇÕES DE GRAMÁTICA

“Seríssimo/ seriíssimo”

Erro: O problema é seríssimo.

Forma correta: O problema é seriíssimo.

– Explicação: Os adjetivos terminados em -io antecedido de consoante possuem o superlativo com ii. Igualmente se escreve: friíssimo, maciíssimo, propiíssimo, reacionariíssimo, etc. Essa é a questão de maior controvérsia  em nosso idioma;


* Prof.ª Dr.ª Luísa Galvão Lessa Karlberg

Pós-Doutorado em Lexicologia e Lexicografia – Université de Montréal – Canadá

Doutorado em Letras Vernáculas – UFRJ

Mestrado em Letras – UFF

Coordenadora Pós-Graduação, Campus Floresta – UFAC

Presidente da Academia Acreana de Letras – AAL

Membro da Intertional Writers and Artist Association – IWA

Embaixadora Internacional da Poesia – CCA 

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