O assessor do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac/AC, Egídio Garó, comentou nesta segunda-feira, 1, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) na última semana. De acordo com o divulgado pela entidade, houve retração mensal de 13,1% em maio – a queda mais intensa desde o início da realização da pesquisa, em janeiro de 2010. Para Garó, os índices observados no Acre apresentam patamares relativos aos verificados nacionalmente, principalmente quando verificados os impactos econômicos do novo coronavírus.
Influenciado pelos impactos econômicos do novo coronavírus, o índice chegou ao segundo resultado mensal negativo consecutivo, e caiu para 81,7 pontos, atingindo o menor patamar desde novembro de 2017, e permanecendo abaixo do nível de satisfação (100 pontos), onde se encontra desde 2015. Em relação a maio de 2019, a retração foi ainda maior: -13,7%, a queda mais acentuada desde agosto de 2016.
Garó explica que os dados levam em consideração, ainda, a insegurança do consumidor com a manutenção do seu emprego e a renda em momento pós-pandemia. “Além da impossibilidade de trabalho por conta do isolamento social e o desemprego que, segundo dados do IBGE [nstituto Brasileiro de Geografia e Estatística] e PNAD [Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios], que apontam que o desemprego no País bateu novo recorde, atingindo mais de 4,9 milhões de desempregados”, diz.
No Acre, de acordo com Garó, a redução nos postos de trabalho foi de 3,5%. “Enquanto o número de trabalhadores fora da força de trabalho aumentou em 3,4%. Mesmo com a disponibilidade de crédito, que permite uma relação de consumo mais confiante, o consumidor está retraído e, assim, deverá permanecer ao longo dos próximos meses. Há uma tendência de que o ICF diminua ainda mais nos próximos dois meses”, finalizou.
Segundo o ICF, os brasileiros nunca estiveram tão pessimistas com relação à perspectiva profissional. Com 88,1 pontos, o indicador atingiu em maio seu menor nível na série histórica, com queda mensal de 15,6% e anual de 18,2%. “Os resultados transparecem a incerteza das famílias em relação ao futuro profissional e representam a insegurança dos brasileiros com os próximos meses”, diz a economista da CNC responsável pelo estudo, Catarina Carneiro da Silva. Pela primeira vez desde janeiro de 2018, a maior parte das famílias demonstrou uma perspectiva profissional negativa: 51,5%, contra 42,5% no mês anterior e 40,7% no mesmo período do ano passado. (Ascom Fecomércio/AC)