A população brasileira está completamente cansada de qualquer assunto que não leve em consideração o tamanho do beco sem saída em que nos encontramos, como humanidade, mesmo. Não tem mais “acho que”, “pode ser que dê certo”… Deu ruim. Tudo!
Qualquer tentativa de reconstrução que não considere isso é apenas piada de velório, daquelas que se faz para fazer de conta que está tudo bem e que não tem um morto no meio da sala e ele nunca mais vai voltar. Está havendo quase absolutamente em negação.
Significa não aceitar, como fase um do luto, mesmo. Pouquíssimos entenderam já que o mundo morreu. Aquele mundo que vivíamos em 2019 morreu. Não tem volta. Não vai ter isso de que vai ser “igual, mas com máscara”. Acabou.
Quando cientistas e estudiosos encontrarem uma saída sanitária, as empresas e os países vão estar todos falidos. O colapso é questão de tempo.
Estamos de luto por esse mundo, e entrando na fase da barganha, é diferente da fase da negação.
Que aprendamos a domar a paciência. Muitos já estão na fase da raiva explodindo com uns com os outros por motivos banais, pois o estresse causa angústia por não haver ainda uma solução.
Agora detectaram que vírus está no ar e vem mais polêmicas e incertezas. Pode-se até manter distância de pessoas, mas o coronavírus fica “flutuando” no ar, preso a microscópicas partículas de poeira, por muito tempo, não importando se seja em um espaço fechado ou aberto. Se tem poeira, poluição, pólen, ele está lá à nossa espreita, mesmo que não tenha mais ninguém por perto.
A tragédia, em si, já é grande demais para termos que enfrentar o descontrole alheio. A realidade não está fácil para ninguém.
A dissonância cognitiva que vem causando desconforto em todos nós. É a história desse “novo normal”. Se é normal, não é novo! Se é novo, não é normal.
Esqueçamos de vez os velhos paradigmas! Tudo que é novo é estranho e não normal. Normal é o que já é velho.
Vamos todos nos empenhar, então, em criar, juntos, o novo estranho. É disso que precisamos para nos motivar.
Beth Passos é jornalista.
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