Uma iniciativa para reduzir a incidência de contaminação, internação e óbitos da população idosa e portadores de doenças crônicas da Secretaria de Estado do Acre (Sesacre) ganhou destaque nacional na última semana.
O projeto desenvolvido pelo Departamento de Atenção Primária, Políticas e Programas Estratégicos (Dape) é um dos finalistas ao Prêmio APS Forte SUS – no Combate à Pandemia, do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil.
Foram relatadas 1.631 experiências. O Acre inscreveu oito projetos, cinco deles foram aprovados para a segunda e última etapa, sendo quatro da esfera municipal e um da saúde estadual, intitulado “Plano de Monitoramento Intensivo da População Idosa e Portadores de Doenças Crônicas na APS, referente à Covid-19”.
O chefe do Dape, Luiz Marinho, explica que o plano foi elaborado observando-se os critérios clínicos, epidemiológicos e logísticos do Estado do Acre, bem como o rápido aumento de casos graves e, consequentemente, os óbitos do público-alvo. O trabalho foi realizado em parceria com os municípios a partir das equipes da APS.
Marinho explica que a APS é a porta de entrada do SUS e possui o instrumento ideal de promoção, prevenção e monitoramento de doenças e agravos, sendo que com a Covid-19 não é diferente. O projeto apresentado inclui mapeamento, monitoramento e inserção de dados no sistema de informação, bem como a realização de ações de educação em saúde, por meio dos agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias. E acrescenta: “O plano foi elaborado com o contexto de que a APS deverá priorizar as ações para pessoas idosas e pessoas com doenças crônicas”.
Nos dois primeiros municípios implantados, já na primeira semana de atividade foram monitorados 525 idosos e crônicos, sendo 72 sintomáticos (com tratamento medicamentoso precoce iniciado), 441 assintomáticos (em monitoramento) e 12 com Covid-19 (com medicação adequada e monitoramento). Até o dia 7 de agosto, o plano já havia sido implantado em 12 municípios, com uma média de três mil pacientes monitorados.
“Por meio de uma estratificação de risco criada para esses pacientes, monitoramento presencial e remoto, juntamente com a análise do banco de dados do sistema de informação, conseguimos identificar os sintomáticos em tempo hábil e evitar o agravamento da Covid-19, evitando, consequentemente, possíveis óbitos”, narra o relato dos resultados do projeto selecionado.
O prêmio APS Forte do Ministério da Saúde no combate à pandemia irá contemplar os três melhores trabalhos com uma viagem de estudo para conhecer uma experiência internacional de organização de rede de atenção à saúde centrada na atenção primária, a ser indicada pela Opas/OMS. (Lane Valle / Secom Acre)