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Por meio de iniciativa, empresas e instituições começam a investir em ações para desenvolvimento comunitário no país

*Fundos Sociais se tornam alternativa para viabilizar ações de curto, médio e longo prazo. 

 

Diante do contexto de intensa desigualdade, agravada, atualmente, pela pandemia de Covid-19, organizações sociais e empresas do setor privado vêm se mobilizando para gerar novas oportunidades a populações mais vulneráveis. O Brasil está entre os países que mais apresentam desigualdade social no mundo, ocupando a 7º posição, de acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano, realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no último ano.

Iniciativa se diferencia por oferecer uma metodologia flexível de gestão territorial (Foto: Assessoria)

Com isso, um exemplo que vem ganhando espaço dentro do setor privado é a Iniciativa Territórios, fruto da parceria entre as organizações Ecam e HUMANA, foi criada com o intuito de possibilitar novas alternativas para minimizar as diferenças sociais no país, por meio do investimento social privado. Com atuação em oito estados brasileiros,  oferece consultoria a empresas de diversos setores da economia, visando pensar, junto a esses empreendimentos e a comunidades locais, estratégias inclusivas e focadas no território, que gerem autonomia e sustentabilidade às comunidades.

“Antes de tudo é preciso entender as especificidades e as demandas de cada lugar. Então, a partir desse estudo, desenvolvemos, junto às empresas e aos atores locais, estratégias de curto, médio e longo prazo, centradas no território. Em alguns casos, também criamos e gerimos fundos, ou programas de transferência de renda comunitários, para apoiar na implementação dessas ações”, explica Carol Ayres, uma das coordenadoras da Iniciativa e sócia-fundadora da Humana.

A Iniciativa se diferencia por oferecer uma metodologia flexível de gestão territorial, através da elaboração de uma agenda de desenvolvimento personalizada e implementada por meio de programas macros, executivos e/ou de campo.

Nesse contexto, a criação e gestão de fundos, além de viabilizar as estratégias do plano de gestão territorial, surge como um facilitador de processos, tanto por apresentar aos investidores uma estrutura sistematizada de repasses e repartição de recursos, como por possibilitar uma maior participação das comunidades em todo o processo, trazendo mais eficiência e transparência. O instrumento financeiro também abre um leque para possíveis novos investimentos no território, sejam eles privados, filantrópicos e até mesmo advindos do setor público, como royalties e impostos.

Com isso, a Iniciativa vem atuando de forma integrada, pensando em programas de capacitação local, com diferentes atores da sociedade, e implementando modelos de fundo para demandas específicas de cada região – sejam eles fundos comunitários, empresariais, temporários. Desde o seu início, em 2016, tem trabalhado, lado a lado, com organizações como Cargill, IBRAM, Mineração Rio do Norte (MRN), Norsk Hydro, Vale, Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), entre outras.

Fruto dessas experiências foram lançados, neste mês, um conjunto de estudos desenvolvido com o intuito de continuar aprimorando um modelo adaptável e integrado que potencialize os investimentos sociais, com o objetivo de garantir eficiência e retorno para o negócio, mas com o propósito final de que as comunidades tenham condições de desenvolvimento e oportunidades para uma vida melhor.

Os estudos “Manual de construção e implementação de programas de transferência de renda comunitários”, “Construindo um plano de mitigação de riscos para casos de repasse de recursos privados a comunidades e territórios”, “Programa Territórios Sustentáveis: A construção de um programa de gestão territorial integrada na Amazônia” e o infográfico “Fases e etapas da implementação de programas de transferência de renda comunitários”, encontram-se disponíveis gratuitamente em Ecam.org.br. (Assessoria)

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