*Plataformas têm ajudado em elaboração de pesquisas e formação dos jovens.
O desenvolvimento territorial sustentável e a valorização povos e comunidades tradicionais têm contado com uma aliada muito importante nos últimos anos: a tecnologia. Os elementos apoiam em pesquisas que abordam o reconhecimento, a realidade socioeconômica, além de servir como base de dados para projetos futuros e implementação de políticas públicas para as comunidades.
Na avaliação da geógrafa e coordenadora de projetos da Ecam, Meline Machado, a tecnologia também é fundamental para o desenvolvimento social e sustentável nessas comunidades. “Esses elementos são importantes para auxiliar no auxiliar os povos tradicionais no monitoramento de suas florestas, conservação, crescimento e solução de problemas das comunidades”, reitera.
Em junho, a Ecam, por meio de uma parceria com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e da plataforma do Google Earth Solidário e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), divulgou um estudo inédito sobre a realidade socioeconômica de comunidades quilombolas da Amazônia Legal, intitulado Quilombos e Quilombolas na Amazônia: os desafios para o (re) conhecimento. Mais de 100 comunidades de 6 estados participaram das pesquisas.
“Neste estudo, foram destacados dados antes nunca analisados, que podem contribuir para futuras políticas públicas de apoio às comunidades. As plataformas, junto às oficinas de análise de dado socioeconômicos, foram essenciais para o desenvolvimento da pesquisa”, ressalta Meline Machado.
Dentro do Programa Novas Tecnologias e Povos Tradicionais, a análise contou com capacitações nas ferramentas de Google Earth e Open Data Kit (ODK), para treinar jovens quilombolas nas ferramentas de levantamentos e de mapeamentos. Ao todo, foram capacitadas mais de 230 pessoas, e cerca de 800 jovens replicaram o uso das tecnologias em suas comunidades, entre os anos de 2017 e 2018.
No Brasil, mais de 650 mil famílias se declaram povos tradicionais no Brasil, de acordo com um levantamento do Ministério Público Federal. Esse dado abrange quilombolas, indígenas, ribeirinhos, extrativistas, pescadores, entre outros povos. Já as comunidades quilombolas, especificamente, estão espalhadas por todo o país e somam aproximadamente 16 milhões de brasileiros e brasileiras (Fonte: CONAQ). E, apesar de todas as dificuldades, seguem mantendo a sua identidade étnica e cultural, preservando a ancestralidade, organização social e ensinamentos passados de geração em geração.
Sobre a Ecam
A Ecam é uma organização que atua pela integração entre o desenvolvimento socioeconômico e o equilíbrio ambiental. Desde 2002, apoia os povos e comunidades tradicionais na implementação de projetos e processos que buscam promover e fortalecer o conhecimento relacionado à gestão territorial e ambiental de seus territórios. (Prezz Comunicação)